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Oposição etíope perde única cadeira que tinha no parlamento

De acordo com os resultados da Junta Eleitoral, quase um mês depois do fim das votações, a única cadeira que o partido do governo não conseguiu aguarda decisão


	Harar, na Etiópia: Tanto o governo como a Junta Eleitoral garantiram que as eleições foram transparentes e transcorreram sem incidentes, apesar de apenas 50 observadores terem sido enviados pela União Africana para controlar 45.795 centros de votação
 (Giustino/Wikimedia Commons)

Harar, na Etiópia: Tanto o governo como a Junta Eleitoral garantiram que as eleições foram transparentes e transcorreram sem incidentes, apesar de apenas 50 observadores terem sido enviados pela União Africana para controlar 45.795 centros de votação (Giustino/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 13h28.

Adis-Abeba - A oposição etíope perdeu a única cadeira que tinha no parlamento e não conseguiu nenhuma no Conselho Regional, por isso ficará sem representação nas instituições após as eleiçeos do dia 24 de maio, conforme informou nesta segunda-feira a Junta Eleitoral da Etiópia (NEBE, sigla em inglês).

De acordo com os resultados anunciados pelo presidente da Junta Eleitoral, Merga Bekana, quase um mês depois do fim das votações, o partido governante Frente Revolucionária Democrática do Povo Etíope (EPRDF) e seus aliados conseguiram 546 dos 547 cadeiras do parlamento Federal, com uma cadeira ainda a ser decidida.

O Fórum Democrático para o Diálogo na Etiópia (MEDREK) e o Partido Semayawi (SP), assim como o restante dos partidos da oposição, já rejeitaram os resultados provisórios divulgados há algumas semanas e denunciaram que seus candidatos tinham sido intimidados antes e durante as votações.

A única cadeira cujos resultados não foram anunciados pertence à circunscrição de Ginbo-Gewata, no sudoeste do país, e até agora era ocupada por um candidato independente, mas tudo indica que o EPRDF também a recuperará.

"Recebemos os resultados de Ginbo-Gewata, mas ainda temos que analisá-los e aprová-los", explicou Bekana em entrevista coletiva realizada na capital do país, Adis-Abeba.

Tanto o governo como a Junta Eleitoral garantiram que as eleições foram transparentes e transcorreram sem incidentes, apesar de apenas 50 observadores internacionais terem sido enviados pela União Africana para controlar 45.795 centros de votação.

A participação dos eleitores no dia 24 de maio, segundo os dados da Junta Eleitoral, foi de 93% do total de 37 milhões de cidadãos convocados às urnas.

Essa foi a quinta realização das eleições legislativas após a queda em 1991 do ditador Mengistu Haile Mariam, que foi substituído por Meles Zenawi, que governaria o país durante 21 anos, primeiro como presidente da transição (1991-1995) e depois como primeiro-ministro (1995-2012).

Zenawi morreu em agosto de 2012, após meses com uma doença que nunca foi revelada, e foi substituído pelo atual primeiro-ministro, Hailemariam Desalegn, que seguiu a linha de seu antecessor e prendeu dezenas de opositores, ativistas e jornalistas em seus três anos de mandato.

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