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Oposição em Portugal se diz comprometida com metas

Vários economistas acreditam que Portugal não tem outra opção a não ser seguir os passos de Irlanda e Grécia e pedir ajuda

Analistas preveem que o Parlamento será dissolvido e novas eleições serão convocadas (Getty Images)

Analistas preveem que o Parlamento será dissolvido e novas eleições serão convocadas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2011 às 17h07.

Lisboa - O Partido Social Democrata (PSD), o maior partido português dentre os de oposição, está firmemente comprometido com as metas de redução do déficit e da dívida pública acertadas com Bruxelas e espera que Portugal não precise de ajuda externa, disse Pedro Passos Coelho, presidente do PSD.

Coelho afirmou que "o governo, que possui informações melhores, tem reiterado a confiança de que não será necessário um pedido de ajuda externa". Ele foi enfático: "Espero que não seja necessário".

Mas, de acordo com Coelho, caso seja necessário Portugal, numa situação de emergência, pedir ajuda externa a fim de honrar desembolsos e evitar riscos de um "default" antes das eleições, a solicitação é totalmente possível dentro dos poderes de gestão do governo.

"Se isso for necessário, espero que não seja, se uma situação extraordinária desse gênero vier a ocorrer, o governo tem todas as condições para recorrer (a empréstimo de curto prazo) para, com o apoio do Presidente da República e do Parlamento, superar essa situação", disse o presidente do PSD.

Ele afirmou que o financiamento obviamente não seria baseado "num programa de ajuste macroeconômico típico de longo prazo", mas seria "uma situação de emergência que precisaria ser superada até que um novo governo a enfrentasse".

"Nesse caso, o governo, para enfrentar uma situção de emergência, pode necessitar obter um empréstimo de emergência para impedir uma situação de 'default' português", afirmou.

"Acha que alguém em Portugal, e estou eu convencido também que na Europa, deixaria o Estado português na iminência de um 'default' porque estamos em eleições? Evidentemente que não", frisou.

Na quarta-feira passada, Portugal mergulhou numa crise política, após o primeiro-ministro ter apresentado sua renúncia ao Presidente da República, depois de a oposição ter rejeitado um plano de austeridade elaborado pelo governo socialista, que é minoritário.


O presidente Aníbal Cavaco Silva se reuniu na sexta-feira com os partidos com representação parlamentar. Analistas preveem que o Parlamento será dissolvido e novas eleições serão convocadas.

Vários economistas acreditam que Portugal não tem outra opção a não ser seguir os passos de Irlanda e Grécia e pedir ajuda, devido ao seu elevado endividamento e à expectativa de contração econômica neste ano.
 

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