Homem afetado por suposto ataque químico na Síria: oposição disse que cerca de 40 mísseis com substâncias químicas atingiram a periferia de Damasco (Fadi al-Dirani/Shaam News Network/Handout via Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2013 às 12h49.
Cairo - A Coalizão Nacional Síria (CNFROS) elevou nesta quarta-feira o número de vítimas no ataque com armas químicas do regime para 1,5 mil mortos e 5 mil feridos, e afirmou que a substância utilizada foi provavelmente o gás sarin.
Em um relatório preliminar sobre o ataque, a CNFROS assinalou que cerca de 40 mísseis com substâncias químicas atingiram a periferia de Damasco. Ainda não foi confirmada a substância utilizada, mas os sintomas das vítimas indicam que se trata do gás sarin.
O principal grupo de oposição na Síria afirmou que os mísseis com elementos químicos foram disparados da base da brigada 155 do Exército leal a Bashar al-Assad, situada no Monte Qalamun em Damasco.
Segundo o relatório, elaborado com dados de ativistas, sobreviventes e oficiais do Exército de Assad que simpatizam com a revolução, os projéteis atingiram áreas com uma maior densidade populacional, longe da frente de combate.
Uma fonte de segurança do regime confirmou à CNFROS que foram dadas ordens aos "shabiha" (milicianos pró-governo) para que se protegessem do ataque químico com máscaras.
Outra fonte das Forças Armadas explicou aos opositores que um comboio chegou no dia 10 de agosto ao complexo militar de Qutafya, no Monte Qalamun, com versões locais dos mísseis iranianos "Zelzal" e dos egípcios "Saqr 15", que são capazes de transportar substâncias químicas.
Oito dias depois, o pessoal do complexo começou a transportar os mísseis para as plataformas de lançamento.
O relatório inclui fotografias dos corpos, principalmente de crianças, e um mapa com os lugares de origem dos disparos e os alvos do ataque.
Esses novos dados são divulgados em um momento de alta tensão em que tudo aponta para uma iminente intervenção militar na Síria contra o regime de Assad.
A Otan responsabilizou hoje Damasco pelo uso de armas químicas e assegurou que se trata de um fato "inaceitável" que não pode ficar sem resposta.