Manifestante protesta contra nova constituição do Egito: os primeiros resultados não oficiais apontaram uma vitória do "sim" no primeiro turno do referendo (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 08h24.
Cairo - A Frente de Salvação Nacional (FSN), que reúne a maior parte da oposição não islamita do Egito, convocou para amanhã, terça-feira, manifestações em protesto contra as irregularidades do primeiro turno do referendo sobre a Constituição.
"Queremos que as manifestações de amanhã sejam massivas. Temos o moral muito elevado, já que somos uma força que representa a metade da sociedade egípcia e à qual é preciso levar em conta na redação da Constituição", disse nesta segunda-feira à Agência Efe um porta-voz do FSN, Khaled Dawoud.
Em sua opinião, "o resultado nas urnas é claro e a Constituição deve ter um consenso majoritário, não pode ser rejeitado pela metade do povo".
Ontem à noite, a FSN pediu aos cidadãos em comunicado que participem de protestos em todas as regiões do país para rejeitar "a falsificação da vontade do povo mediante irregularidades cometidas de maneira organizada" no primeiro turno, no sábado passado.
O agrupamento solicitou, ainda, à Comissão Eleitoral, que estude o pedido de várias ONGs de repetir o primeiro turno, uma iniciativa que a aliança opositora apoiou ontem pelas irregularidades cometidas, segundo sua opinião.
Além disso, fez um apelo para investigar com "integridade" as 4 mil denúncias apresentadas pelos cidadãos e registradas pelas ONGs e que se puna os que cometeram supostamente estas irregularidades.
Os primeiros resultados não oficiais apontaram uma vitória do "sim" no primeiro turno do referendo, que segundo a Irmandade Muçulmana venceu em oito das dez províncias nas quais se realizou a consulta.
A Comissão Eleitoral afirmou que não aceitará os resultados até que sejam resolvidos os recursos que se apresentem após o segundo turno, que acontecerá no próximo dia 22, sábado.
A FSN pediu o "não" ao texto constitucional, criticando que tenha sido aprovado por uma Assembleia Constituinte dominada por islamitas e alegam que anula direitos e liberdades, além de abrir uma brecha para interpretações islamitas da lei, entre outros motivos.