Mubarak: em 11 de fevereiro de 2011, o povo egípcio celebrou o fim de '30 anos de repressão, corrupção e sabotagem', segundo o comunicado (Egyptian TV/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2013 às 16h55.
Cairo - A oposição egípcia organizará na segunda-feira duas passeatas no Cairo para comemorar o segundo aniversário da queda do regime de Hosni Mubarak e para pedir a renúncia do atual presidente do país, o islamita Mohammed Mursi.
Em comunicado, os principais grupos opositores anunciaram neste sábado que as passeatas sairão às 17h local (13h, horário de Brasília) das mesquitas do Fatah, na praça Ramsis, e de Sayeda Zeinab, com direção à praça Tahrir.
A oposição não islamita indicou que as manifestações têm o objetivo de reivindicar 'a queda do regime (de Mursi e os Irmandade Muçulmana) e pedir justiça para os mártires', depois que os recentes distúrbios tenham deixado mais de 50 mortos no Egito.
'No segundo aniversário da renúncia do ditador (Mubarak), já é o momento adequado para que as forças revolucionárias consigam suas exigências de liberdade e justiça social e para que se unam em uma só frente que lidere a revolução rumo à vitória', segundo a nota.
Entre os grupos que assinam o texto figuram o Partido da Constituição do prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, a Corrente Popular Egípcia do ex-candidato presidencial esquerdista Hamdin Sabahi, os partidos Egípcios Livres e Al Wafd, e movimentos opositores como Kefaya.
Os opositores lembraram que se passaram dois anos desde o dia no qual 'todo o povo aguardava na praça Tahrir o discurso no qual se anunciaria a renúncia ao poder do ditador Hosni Mubarak'.
Em 11 de fevereiro de 2011, o povo egípcio celebrou o fim de '30 anos de repressão, corrupção e sabotagem', acrescentou o comunicado.
Os convocadores da passeata de amanhã sublinharam que Mursi 'bateu o recorde em dizer mentiras e descumprir suas promessas' e durante seu mandato voltou a 'derramar o sangue dos egípcios'.
Quanto aos últimos distúrbios e denúncias contra a repressão policial dos manifestantes, afirmaram que 'o novo regime criou novas formas de tortura, sequestro e repressão'.
Nas últimas duas semanas, mais de 50 pessoas morreram no Egito e mil ficaram feridas em enfrentamentos entre os manifestantes e as forças da ordem, que começaram em 25 de janeiro durante a comemoração do segundo aniversário do início da revolução que derrubou a Mubarak.
Por outro lado, um grupo de manifestantes impediu que os funcionários entrassem no edifício governamental da Mugama, segundo os meios de imprensa oficiais.
Os opositores afirmaram que não abrirão Mugama até que se faça justiça com os recentes 'mártires' nos protestos, se forme um Governo de salvação nacional e se emende a Constituição. EFE