O presidente de Congo, Denis Sassou Nguesso: referendo permitirá ao presidente permanecer no cargo que ocupa há 31 anos (Dominique Faget/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2015 às 09h15.
A oposição denunciou nesta terça-feira uma fraude no referendo constitucional de domingo na República do Congo, no qual mais de 90% dos eleitores aprovaram a mudança que permitirá ao presidente Denis Sassou Nguesso permanecer no cargo.
"Pelo que observamos no dia da votação, o anúncio de uma taxa de participação de mais de 72% é um grande escândalo", disse à AFP Clément Miérassa, um dos líderes da Frocad, uma das duas plataformas de oposição que defendeu o boicote ao referendo.
O governo anunciou nesta terça-feira que o "Sim" venceu com 92,26% dos votos. Também anunciou que o referendo teve uma taxa de participação de 72,44%.
"O projeto de texto de nova Constituição foi aprovado e entrará em vigor assim que for promulgado pelo presidente da República", anunciou o ministro do Interior, Raymond Mboulou.
O projeto de Constituição elimina os dois obstáculos (limite de idade e de número de mandatos) que impediam ao presidente Denis Sassou Nguesso disputar um terceiro mandato em 2016.
Sassou Nguesso, que governou o país entre 1979 e 1992, voltou ao poder em 1997 com um golpe de Estado. Ele totaliza 31 anos no poder.