Ucraniana grita palavras de ordem durante uma manifestação em Kiev: oposição advertiu, no entanto, que a paciência dos opositores tem limite (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 13h10.
Kiev - A oposição ucraniana anunciou nesta segunda-feira que está preparada para "manter as negociações" com o governo do presidente Viktor Yanukovitch, advertindo que a paciência dos opositores tem limite.
Enquanto isso, os manifestantes que ocupavam o Ministério da Justiça desde domingo à noite, desocuparam o local, localizado no centro de Kiev, mas continuam a bloquear o acesso ao prédio, constatou a AFP.
Nesta manhã, as autoridades ucranianas ameaçaram declarar estado de emergência, caso os manifestantes não desocupassem o ministério, enquanto Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição, pediu que os manifestantes deixassem o local.
"Apesar da tentativa das autoridades de interromper as negociações e decretar estado de emergência, a oposição está pronta para manter as negociações", declararam em um comunicado comum os principais partidos de oposição.
Ressaltando que nos últimos dias a situação está mais calma na Praça da Independência, em Kiev, eles advertiram, contudo, que a "paciência das pessoas revoltadas com a surdez do poder pode chegar a se limite a qualquer momento". A praça é o símbolo do movimento de contestação, iniciado há mais de dois meses.
Esses novos episódios acontecem às vésperas de uma sessão extraordinária do Parlamento ucraniano e de uma importante reunião do governo russo com a União Europeia em Bruxelas.
Após a mobilização de centenas de integrantes das forças de ordem em um museu próximo ao ministério, durante a madrugada de domingo, dezenas de manifestantes radicais invadiram o local nesta segunda sem encontrar resistência.
O movimento de contestação se radicalizou na última semana, dando lugar a uma guerrilha urbana que deixou pelo menos três mortos em Kiev.
Em outras regiões, a situação é cada vez mais tensa.
A administração regional está bloqueada em 14 das 25 províncias do país.
Os opositores ocupam as sedes administrativas dos governadores em dez cidades e cercam outras quatro.