Síria: o OSDH disse que ao menos 56 civis morreram em ataques aéreos na terça-feira, um dia depois de 21 civis perderem a vida em um bairro do norte (Abdalrhman Ismail / Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2016 às 13h12.
Beirute - O chefe do grupo opositor Coalizão Nacional Síria (SNC, na sigla em inglês) pediu a suspensão dos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico na Síria enquanto relatos de dezenas de mortes de civis causadas por bombardeios nos arredores de Manbij, cidade do norte do país, são investigados.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que tem sede no Reino Unido, disse que ao menos 56 civis morreram em ataques aéreos ao norte de Manbij na terça-feira, um dia depois de 21 civis perderem a vida em um bairro do norte da localidade sitiada pelo Estado Islâmico.
O presidente do SNC, Anas al-Abdah, disse que a campanha aérea deveria ser detida enquanto os incidentes são averiguados, de acordo com um comunicado emitido no final de quarta-feira, e alertou que as mortes de civis ocasionadas pela campanha encabeçada pelos EUA irão "mostrar ser uma ferramenta de recrutamento para organizações terroristas".
"É essencial que esta investigação não somente resulte na revisão das regras de procedimentos para operações futuras, mas também informe a prestação de contas dos responsáveis por estas grandes violações", escreveu Abdah em uma carta destinada aos ministros das Relações Exteriores de países da aliança anti-Estado Islâmico.
Na quarta-feira o secretário de Defesa norte-americano, Ashton Carter, disse que a força liderada por Washington irá analisar os relatos de baixas civis ao redor de Manbij.
O Observatório afirmou que há 11 crianças entre os mortos do ataque de terça-feira.
Supostas imagens do local do ataque publicadas nas redes sociais mostram corpos de duas crianças pequenas cobertos de poeira próximos de destroços.
O Ministério das Relações Exteriores da Síria disse que a ofensiva de terça-feira, que atingiu o vilarejo de Toukhar, ao norte de Manbij, foi levada a cabo por forças da França, e que o ataque de segunda-feira foi obra de caças dos EUA.
"A (Síria) repudia, nos termos mais fortes, os dois massacres sangrentos perpetrados por aviões de guerra franceses e norte-americanos e por aqueles filiados da assim chamada coalizão internacional que enviam seus mísseis e suas bombas contra civis, ao invés de direcioná-los às gangues terroristas", disse a pasta em uma carta enviada à Organização das Nações Unidas (ONU) nesta semana, segundo a agência estatal de notícias síria Sana.
O porta-voz da aliança disse ter havido "múltiplas aeronaves nacionais realizando ataques em Manbij, então questiono como o governo da Síria sabe quem realizou qual ataque".