Mundo

Oposição conseguiu assinaturas para referendo contra Maduro

O primeiro-vice-presidente da Assembleia Nacional disse que a oposição obteve mais de 600 mil assinaturas na primeira jornada nacional de coleta de nomes


	Nicolás Maduro: a oposição diz que o grande número de assinaturas reflete o crescente descontentamento com o governo
 (RODRIGO BUENDIA/AFP)

Nicolás Maduro: a oposição diz que o grande número de assinaturas reflete o crescente descontentamento com o governo (RODRIGO BUENDIA/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2016 às 17h23.

Caracas - A coalizão opositora da Venezuela afirmou nesta quinta-feira que coletou mais que o triplo das assinaturas exigidas para o processo de referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro.

O primeiro-vice-presidente da Assembleia Nacional, deputado Enrique Márquez, disse que, segundo os registros preliminares, a oposição obteve na véspera mais de 600 mil assinaturas na primeira jornada nacional de coleta de nomes.

O número representa mais que o triplo do exigido pelas autoridades eleitorais para avançar no processo de votação popular contra Maduro.

Márquez disse à emissora local Unión Radio que a oposição ampliará durante a quinta-feira a coleta de assinaturas para fortalecer seus registros.

A oposição diz que o grande número de assinaturas reflete o crescente descontentamento com o governo, diante da inflação fora do controle, de grandes problemas de abastecimento de alimentos e remédios e de uma complexa crise elétrica, que obrigou nesta semana as autoridades a impor cortes de luz em 19 dos 24 Estados do país e gerou protestos em algumas cidades.

O Conselho Nacional Eleitoral exigiu que a aliança opositora obtivesse as assinaturas de 1% (197.978) do total do colégio eleitoral nacional, para avançar nos trâmites do processo.

Caso as autoridades eleitorais validem as assinaturas, a oposição poderia passar para outra fase, que implica a coleta de quase 4 milhões de assinaturas para garantir formalmente o referendo.

A coalizão oposicionista espera no início da próxima semana que o Conselho Nacional Eleitoral valide as assinaturas, a fim de caminhar para garantir nos próximos meses o referendo contra Maduro, que alcançou neste ano a metade de seu mandato de seis anos.

Na véspera, o presidente minimizou o movimento e disse que o movimento governista seguirá no poder pelo menos até 2018.

A coalizão opositora decidiu em março trabalhar simultaneamente pelo referendo revogatório e por uma emenda para acelerar o fim do governo de Maduro.

A Constituição prevê que a votação possa ocorrer assim que a autoridade eleita atinja a metade de seu mandato previsto.

Na semana passada, a maioria opositora do Congresso aprovou em primeira discussão um projeto de emenda constitucional que prevê a redução do mandato presidencial de seis para quatro anos e o fim da reeleição indefinida.

A iniciativa deve ser submetida nos próximos dias a um segundo debate, para sua aprovação final.

O Tribunal Supremo de Justiça, porém, afirmou nesta semana que o mandato de Maduro não será afetado por qualquer emenda constitucional.

Fonte: Associated Press

Acompanhe tudo sobre:Nicolás MaduroOposição políticaPolíticosReferendoVeneza

Mais de Mundo

Juiz nomeado por Milei por decreto para Suprema Corte da Argentina renuncia ao cargo

Governo Trump encerra contratos de ajuda humanitária no Oriente Médio para 'conveniência dos EUA'

México não descarta aplicar tarifas recíprocas aos EUA

Tarifas de Trump atingem UE em 380 bilhões de euros, diz comissário do bloco