Reator nuclear, no sul do Irã (Atta Kenare/AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de julho de 2018 às 17h01.
Jerusalém - Alguns meios de comunicação dos EUA relataram neste domingo novos detalhes de uma operação do Mossad, serviço secreto de Israel, que contrabandeava documentos nucleares iranianos para fora de Teerã, embora nenhum material mostre claramente que o Irã não estava cumprindo o acordo nuclear fechado em 2015 com as potências mundiais.
As informações repassadas aos meios de comunicação lançam mais luz sobre a operação, mas oferecem poucas informações novas em relação às já reveladas por Israel.
Segundo noticiou o New York Times, os agentes israelenses tiveram seis horas e 29 minutos para invadir a instalação antes que os guardas chegassem para o turno da manhã deste domingo. Nesse tempo, eles se infiltraram na instalação, desativaram os alarmes e abriram os cofres para remover os documentos secretos sem serem detectados.
O jornal revela que certos documentos demonstraram que o Irã trabalhou para "montar sistematicamente tudo o que precisava para produzir armas atômicas", mas observou que algumas partes foram deixadas de fora do que foi revelado ao repórter. Segundo NYT, o Irã sustenta que toda a documentação apresentada é falsa.
No começo do ano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, revelou o que supostamente seriam documentos nucleares iranianos datados de 2003 ilicitamente confiscados pela inteligência israelense, argumentando que eles forneceram motivos para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se retirar do acordo com o Irã. Ele disse que o tesouro incluía cerca de 55.000 páginas de documentos e 183 CDs de informações secretas de um programa de armas nucleares iranianas chamado "Project Amad".