Benjamin Netanyahu: "vamos debilitar o Hamas na Cisjordânia e parar o lançamento de foguetes" (GPO/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2014 às 17h42.
Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira que o governo estenderá pelo tempo que for necessário as operações contra o movimento islâmico Hamas, que considera culpado pelo assassinato dos três jovens judeus sequestrados em 12 de junho na Cisjordânia.
Ao início de uma reunião de seu gabinete convocada após participar nesta tarde do enterro dos jovens, o chefe de governo reiterou que o principal objetivo será debilitar o máximo possível a infraestrutura do Hamas na Cisjordânia e evitar o lançamento de foguetes de Gaza.
"Vamos debilitar o Hamas na Cisjordânia e parar o lançamento de foguetes. Estenderemos a operação o que for necessário, sem importar o tempo", afirmou.
Após a declaração, Netanyahu se retirou para discutir com seu gabinete pela segunda vez desde que ontem o exército israelense encontrou os corpos dos três jovens baleados em um descampado próximo à cidade de Hebron.
Segundo a imprensa israelense, a primeira reunião, realizada na noite de segunda-feira, foi tensa devido à divisão do gabinete entre os que exigem uma resposta mais dura e aqueles que defendem medidas calculadas.
Entre os primeiros, destaca-se o ministro das Finanças, o ultranacionalista e pró-colono Naftali Bennett, que demonstrou descontentamento com as opções sugeridas pelo exército, em sua opinião brandas demais.
Entre os que apoiam o comedimento estão outros pesos pesados do gabinete, como o ministro da Economia, o centrista Yair Lapid, e a ministra da Justiça e chefe negociadora com os palestinos, Tzipi Livni.
De acordo com a imprensa israelense, Netanyahu também é partidário de um endurecimento, mas assim como no discurso de hoje, não revelou até que ponto seria a resposta do governo.
Até agora, Israel bombardeou com intensidade 34 alvos islamitas em Gaza, de onde os milicianos lançaram vários foguetes.
Além disso, cerca de quinhentas pessoas, em sua maioria membros do Hamas, foram detidas durante os 20 dias que já dura a operação de busca, agora centrada em encontrar os supostos culpados.
Israel acredita que os autores do crime foram membros do Hamas que já estiveram presos.
Na operação lançada após o sequestro do caso morreram oito palestinos, seis deles por disparos do exército israelense.
Os investigadores ainda buscam elucidar se a captura e o assassinato foi iniciativa própria dos suspeitos ou se eles receberam instruções da liderança do Hamas.