Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse hoje que a demanda pela matéria-prima vai crescer mais que o esperado em 2010. Esta foi a mais significativa revisão em alta das previsões desde o começo do ano, uma vez que a resistente economia da China está compensando os persistentes receios em relação a alguns países europeus.

Em seu relatório mensal sobre o mercado do petróleo, o grupo disse que espera que o consumo global de petróleo cresça este ano cerca de 950 mil barris por dia, uma elevação de quase 50 mil barris por dia em relação ao seu relatório do mês passado.

A maior parte do aumento está ligada a uma melhora na previsão da demanda chinesa, com o crescimento de dois dígitos no Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre, levando a uma elevação de 800 mil barris por dia na demanda de março na China, na comparação ano a ano.

No entanto, com o crescimento da demanda, o grupo também está reforçando sua própria produção. Dados do relatório da Opep, que é baseado em fontes secundárias, mostram que o cumprimento dos cortes de produção que foram acordados em 2008 permaneceu em 50 9% em abril, com membros com quotas definidas agora fornecendo 26,096 milhões de barris por dia.

Porém, os 12 países da organização, que é responsável por quase 40% dos 86 milhões de barris utilizados por dia no mundo, alertaram que, embora a recuperação da economia global "mostre sinais de uma crescente força, ainda existem riscos importantes que podem ter impacto na expectativa de crescimento da demanda para este ano".

Em especial, a Opep disse que "a crise na Grécia demonstra a extensão do desafio na zona do euro". Também é preciso observar se o recente pacote de resgate de mais de US$ 750 bilhões pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a zona do euro "vai ser capaz de acalmar os mercados financeiros no longo prazo", disse o grupo.

O relatório, divulgado nesta terça-feira pelo secretariado da Opep em Viena, também afirma que "o mercado de combustível para aeronaves foi afetado negativamente pela nuvem de cinzas vulcânicas da Islândia, mas se recuperou com o começo das operações normais pela indústria aérea no dia 21 de abril". As informações são da Dow Jones.

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