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Opaq não entra em Duma por falta de garantias de segurança

A Opaq não sabe quando poderá entrar em Duma para investigar o suposto ataque químico

Síria: Opaq teme que a Rússia já tenha visitado e manipulado o lugar do ataque (Ali Hashisho/Reuters)

Síria: Opaq teme que a Rússia já tenha visitado e manipulado o lugar do ataque (Ali Hashisho/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de abril de 2018 às 14h04.

Última atualização em 19 de abril de 2018 às 14h09.

Haia - Os especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) também não conseguiram entrar na cidade de Duma nesta quinta-feira para investigar o suposto ataque químico e continuam em Damasco devido à falta de garantias de segurança por parte de Síria e Rússia.

De acordo com um porta-voz da OPAQ, a última atualização é que os funcionários da ONU tentam assegurar o terreno para os especialistas, e que "por enquanto não será dada mais informação para não colocar em risco a segurança" dos investigadores.

A organização reconhece que não sabe quando poderá realizar o deslocamento, adiado desde o último sábado, quando a equipe aterrissou em Damasco para seguir a Duma para iniciar as investigações do suposto ataque químico do dia 7 de abril.

A embaixada russa em Haia, encarregada de informar sobre as ações do país no que diz respeito a esta missão, considerou que "não é o momento de falar do que ocorre" na Síria porque "a prioridade agora é o caso Salisbury", o envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e de sua filha Yulia.

Um grupo de segurança da ONU entrou em Duma na terça-feira para supervisionar o terreno, antes de dar sinal verde aos investigadores químicos para que possam iniciar as pesquisas.

Em comunicado, a OPAQ explicou que a equipe das Nações Unidas "ficou sob fogo de armas leves e presenciou a detonação de um explosivo" quando estava em Duma.

Estava previsto que os investigadores químicos entrassem na cidade na quarta-feira, segundo a delegação russa em Haia, mas os funcionários de segurança da ONU voltaram a Damasco, segundo a OPAQ, à espera de garantias por parte da Rússia e de negociar a escolta dos especialistas com as autoridades sírias.

O vice-primeiro-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, disse que são "os rebeldes sírios" os que estão impedindo o acesso dos investigadores, uma afirmação que contrasta com a do Comando Geral das Forças Armadas sírias, que garantiram no sábado que o regime tem o controle total de Ghouta Oriental, onde se situa Duma, e que esta cidade estava "livre de terroristas".

As dificuldades enfrentadas pela equipe da OPAQ para entrar em Duma aumentam as tensões da Europa e dos EUA com a Rússia durante as reuniões de seus representantes em Haia, onde ocorre uma constante troca de teorias da conspiração sobre o que ocorreu em 7 de abril.

Os países ocidentais exigem que Moscou colabore com os especialistas. O representante americano em Haia, Kenneth Ward, afirmou que Moscou está impedindo a entrada dos investigadores a Duma para "manipular" as provas no terreno.

"Acreditamos que a Rússia já pode ter visitado o lugar do ataque. Nos preocupa que possa ter manipulado o lugar com a intenção de frustrar os esforços da OPAQ", acrescentou.

A delegação russa perante esta organização insinuou na noite de ontem que o suposto ataque químico "foi orquestrado" pelo Reino Unido, junto aos EUA e à França, para preparar o terreno ao ataque que esses três países fizeram no fim de semana passado contra as instalações químicas de Bashar al Assad.

Em meio a tudo isso, o governo sírio, que nega o uso de armamento proibido contra a população civil, ofereceu à equipe da OPAQ em Damasco reuniões com 22 supostas testemunhas do ocorrido em Duma.

Ainda não se sabe se os especialistas aceitaram a proposta, como parte dos trabalhos de investigação, mas a OPAQ advertiu que não haverá deslocamento a Duma até que os especialistas" possam ter acesso sem restrições" aos locais afetados, de onde coletarão amostras.

O mandado da OPAQ com esta investigação se limita a determinar se houve uso ou não de armamento proibido. A organização não tem autorização para assinalar o responsável pelo ataque, mesmo que tenha provas suficientes para identificá-lo.

 

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