EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2012 às 19h01.
Nações Unidas - A ONU revelou nesta quinta-feira ter ''sérias dúvidas'' sobre a ideia proposta pela Turquia e outras nações, como França e Reino Unido, de estabelecer corredores humanitários para a proteção dos civis sírios diante do conflito que atinge o país.
''Essas propostas despertam sérias dúvidas e requerem uma consideração cuidadosa e delicada'', disse ao Conselho de Segurança o subsecretário-geral da ONU, Jan Eliasson, que abriu a cúpula ministerial que o principal órgão internacional de segurança dedica à situação humanitária na Síria.
Diante dos 15 membros do Conselho e representantes de países vizinhos, Eliasson afirmou que ''o povo sírio precisa de segurança humanitária'', mas disse que ''a crise atual só poderá ser resolvida mediante um processo político crível, respaldado por uma comunidade internacional unida''.
''Chegou o momento em que todas as partes, na Síria e no exterior, devem fazer prevalecer os interesses, a dignidade e os direitos humanos do povo sírio'', acrescentou o diplomata, que falou em nome do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Eliasson falou sobreas consequências ''políticas, sociais e econômicas geradas pelo grande número de refugiados que saem da Síria em direção aos países vizinhos'', nações que necessitam de ''ajuda urgente'' da comunidade internacional.
Após Eliasson, quem se pronunciou foi o alto comissário para os Refugiados, António Guterres, que qualificou a situação local como ''dramática'' e estimou em 229 mil o número de sírios que foram obrigados a abandonar o país desde o início dos conflitos.
O diplomata português pediu a todas as partes na Síria que permitam o acesso da assistência humanitária, e pediu que a comunidade internacional amplie os fundos de ajuda humanitária.
Nos campos na Turquia há 80 mil refugiados, e tudo aponta que estes números aumentem para 130 mil à medida que se intensifiquem os combates na fronteira. Já na Jordânia, o número de refugiados é estimado em 150 mil, no Líbano em 57 mil e no Iraque em 18 mil, segundo o alto comissário.