Genebra - A Organização Mundial da Saúde (<strong><a href="https://exame.com.br/topicos/oms">OMS</a></strong>) alertou os países onde o <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/ebola">ebola</a></strong> se espalha para que comecem imediatamente a examinar todos os passageiros em voos internacionais, portos e nas maiores fronteiras terrestres.</p>
O risco da doença ser transmitida em viagens é baixa, já que o vírus não se difunde pelo ar, mas a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), ainda assim, recomenda medidas de precaução.
De acordo com a OMS, nenhuma pessoa com sintomas que indiquem a presença do ebola deveria ser liberada para viajar normalmente.
Além disso, todos os passageiros devem lavar as mãos várias vezes para evitar o contato direto com fluidos corporais ou pessoas infectadas.
"A transmissão [do vírus] requer o contato direto com sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais da pessoa ou animal infectado, esteja vivo ou morto. Todas exposições improváveis para o viajante comum", informou a agência em nota.
A agência da ONU para segurança aeronáutica também tentou tranquilizar os passageiros de voos internacionais e afirmou que a chance de se infectar com o vírus durante uma viagem é remota.
"O risco de transmissão do vírus do ebola durante voos é baixo", informou a Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês) em nota.
A ICAO anunciou que se uniu à OMS e outros grupos, incluindo a Associação Internacional de Transporte Aéreo, em um esforço para estabelecer uma força-tarefa para monitorar a situação e fornecer informações para o setor de viagens e turismo, além dos passageiros.
A única maneira de conter o avanço da doença, para a qual não há tratamento comprovado, é o isolamento dos doentes e a vigilância constante de sinais de infecção naqueles que entraram em contato com o ebola.
Uma pessoa geralmente desenvolve os sintomas de dois a 21 dias depois do contágio e, após o período de incubação, ela deve sentir náusea, fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e a garganta irritada, avisa a OMS.
Nos casos mais graves, os sintomas envolvem vomito, diarreia, coceira e sangramento.
Todos os países, mesmo aqueles não afetados pela epidemia de ebola no Oeste da África, precisam fortalecer suas habilidades de detecção e imediatamente conter novos casos, sem fazer nada que interfira desnecessariamente nas viagens ou no comércio internacional, diz a agência.
Os governos não precisam impor restrições a viajantes ou exames obrigatórios de passageiros se não fizerem fronteira com os países onde o surto se espalha. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.
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1. O que é ebola?
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1/13 (Tommy Trenchard/Reuters)
São Paulo -
Ebola é uma
doença viral aguda que causa febre hemorrágica. É causada por três das cinco espécies dentro do gênero. Duas espécies são capazes de infectar seres humanos, mas não parecem causar a doença. Os outros três podem causar graus variáveis de doença. O vírus Ebola Zaire é a estirpe mais mortal, e tem sido identificada como a causa do surto atual. Em epidemias anteriores, esta estirpe teve uma taxa de mortalidade de 90%.
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2. A origem
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2/13 (Frederick Murphy/CDC/Handout via Reuters)
A origem do vírus é incerta. Mas alguns especialistas acreditam que os morcegos podem abrigar o vírus em seu trato intestinal. Os primeiros seres humanos infectados e que espalharam a doença provavelmente caçaram e comeram um animal infectado.
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3. A epidemia atual
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3/13 (Tommy Trenchard/Reuters)
Este já é considerado o maior surto desde que o vírus ebola foi descoberto há quase 40 anos. O surto foi declarado em março, na Guiné. Desde então, a doença se espalhou para a Libéria, Serra Leoa e Nigéria e matou 60% dos infectados. São 1323 pessoas infectadas e 887 mortes, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 60 mortes foram de trabalhadores de saúde que procuravam controlar a doença.
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4. Os sintomas
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4/13 (AFP)
Após o contágio, o paciente pode demorar até 21 dias antes de manifestar a doença. Os sinais são semelhantes aos da gripe, incluindo dores abdominais, febre, vômitos e diarreia. O quadro se agrava com a desidratação, insuficiência do fígado e dos rins, e hemorragia.
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5. Transmissão
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5/13 (Ahmed Jallanzo/Agência Lusa/Agência Brasil)
O vírus é transmitido diretamente pelo contato direto com sangue ou fluidos corporais dos infectados, inclusive dos mortos. O contágio é maior quando os pacientes já estão em estágios terminais, com hemorragia interna e externa, vômitos e diarreia, que contêm altas concentrações do vírus.
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6. O tratamento
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6/13 (Cellou Binani/AFP)
Não há um remédio específico para a doença. Os sintomas costumam ser tratados separadamente. Por exemplo, o soro intravenoso pode evitar a desidratação, enquanto um antitérmico diminui a febre. Já os analgésicos podem diminuir as dores. Aqueles que têm a doença identificada e recebem tratamento mais cedo têm mais chances de sobreviver à infecção. Infelizmente, como os sintomas são genéricos e parecidos com de outras doenças, o diagnóstico pode demorar.
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7. Como se proteger
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7/13 (AFP)
A melhor forma de se proteger da doença é evitar os locais onde há surto de ebola. Entre as recomendações do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para quem tiver de viajar para estes países estão, por exemplo, seguir recomendações que serão dadas pelas autoridades sanitárias locais. Chioro aconselha os viajantes a não entrar em contato com secreções, vômitos e sangue das pessoas que são vítimas das doenças, que devem estar em isolamento e tratamento médico.
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8. Epidemia global
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8/13 (Tommy Trenchard / Reuters)
O risco de o vírus ser disseminado da África para a Europa, Ásia ou para as Américas é extremamente baixo, de acordo com especialistas em doenças infecciosas. O professor belga Peter Piot, um dos descobridores do vírus ebola, descartou uma epidemia fora do continente africano, em entrevista à AFP. Mesmo que um portador do ebola viaje até Europa, Estados Unidos ou outra região da África, o cientista não acredita que isto possa causar uma epidemia importante, pois a infecção requer um contato muito próximo. Mas Piot pediu que as vacinas e os tratamentos, promissores nos animais, sejam testados em humanos.
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9. Vacina experimental
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9/13 (sxc.hu)
Pesquisadores americanos planejam testar, em breve, uma vacina experimental contra o ebola. Se bem sucedida, poderá imunizar até 2015 trabalhadores de saúde, que estão na linha de fogo da epidemia. No próximo mês, os Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos começarão os testes em humanos da vacina, que já é promissora nas experiências em macacos.
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10. Fronteiras fechadas
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10/13 (Gary Cameron/Reuters)
Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram na sexta-feira (2) que vão colocar em quarentena a região fronteiriça comum, onde surgiu o último surto do vírus ebola. O anúncio foi feito durante uma reunião de emergência para discutir a epidemia e depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertar que o ebola pode provocar uma perda catastrófica de vidas e prejuízos econômicos, caso a epidemia não seja controlada.
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11. Não há mercado para a vacina
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11/13 (AFP)
Segundo a AFP, até agora não se conseguiu convencer as companhias farmacêuticas a investir em uma vacina contra o ebola. Andrea Marzi e Heinz Feldmann, do instituto de virologia NIAID, disseram em artigo publicado em abril que, com surtos esporádicos que costumam afetar um pequeno número de pessoas na África, não existe um mercado comercial para uma vacina contra a doença.
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12. Medicação
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12/13 (Samaritans Purse/Divulgação via Reuters)
Herve Raoul, especialista em patógenos e pesquisador do Instituto Médico Francês de Saúde, disse à AFP que o ideal é desenvolver um antiviral que ajude os doentes a superar a fase mais aguda da doença. No entanto, essa medicação não existe hoje. Atualmente, os especialistas só podem aconselhar medidas preventivas, como isolar os infectados, tomar precauções para evitar o contato com fluidos corporais e enterrar os mortos com rapidez.
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13. Agora veja 10 países onde respirar faz mal à saúde
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13/13 (Reuters)