Padres da Igreja Católica: oficiais do Vaticano tiveram de testemunhar sobre vários crimes de abuso para o Comitê de Direitos Humanos da ONU em janeiro (Joe Klamar/AFP/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 às 19h15.
Nova York - Um segundo comitê da Organização das Nações Unidas irá questionar o Vaticano sobre falhas no combate aos recorrentes casos de abuso sexual cometidos por membros do clero e se elas violam a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura, assinada pela Santa Sé em 2002. Uma audiência foi agendada para os dias 5 e 6 de maio em Genebra.
O Centro de Direitos Constitucionais, grupo sem fins lucrativos localizado em Nova York, solicitou a ONU maior transparência para os casos de abusos cometidos por integrantes da Igreja Católica. A entidade argumenta que os estupros configuram crime de tortura e violam os direitos humanos do indivíduo, e que o Vaticano é omisso e não impede que os atos ocorram.
Em janeiro, oficiais do Vaticano tiveram de testemunhar sobre vários crimes de abuso para o Comitê de Direitos Humanos da ONU, que elaborou um relatório acusando-os de priorizar seus próprios interesses acima dos das vítimas. Na época, a Santa Sé declarou que o relatório foi influenciado por grupos "ativistas anticatólicos".
O papa Francisco afirmou na sexta-feira que se responsabiliza pessoalmente pelo "mal" dos abusos sexuais cometidos por padres, pediu o perdão das vítimas e declarou que a Igreja precisa aumentar os esforços para combater os crimes.
No ano passado, a ONG Survivors Network of Those Abused by Priests, que presta auxílio a homens e mulheres violentados por padres, entrou com um pedido na Corte Criminal Internacional para que o papa emérito Benedito XVI e cardeais do Vaticano fossem investigados por crimes contra a humanidade. A corte, baseando-se na Convenção de Haia, negou o pedido. Fonte: Associated Press.