O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon: "a situação exige reformas audazes, não repressão"
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 16h27.
Nova York - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon afirmou nesta quinta-feira que a situação nos países do Oriente Médio afetados por uma onda de manifestações populares exige "reformas ousadas, e não repressão".
"Eu repito mais uma vez: a situação exige reformas audazes, não repressão", afirmou o chefe da ONU em uma coletiva.
"Em um certo número de países, uma transição política começou, ou foram prometidas reformas. É crucial que os dirigentes honrem promessas e que os processos de reformas estejam fundadas em um diálogo pluralista e transparente, com importante participação dos partidos políticos e da sociedade civil", precisou Ban.
"Durante todo este período, as Nações Unidas foram claras e coerentes em seu apoio aos direitos fundamentais e às liberdades", insistiu o chefe da ONU.
Estes direitos "foram durante muito tempo descuidados na região. É uma lição que os líderes devem aprender" com o objetivo de conseguir "a mudança o quanto antes", completou Ban.
O secretário-geral da ONU manifestou-se em diversas ocasiões sobre os acontecimentos que estão se desenvolvendo no Oriente Médio, particularmente no Egito, mas até agora não tinha empregado o tom adotado nesta quinta-feira.
"Trata-se de um comentário comprometido, não é a forma diplomática habitual da ONU", explicou à AFP um funcionário sob anonimato.
"As informações procedentes nesta noite do Bahrein são muito inquietantes. Aqui, como em outras partes, a violência não deve ser utilizada contra manifestantes pacíficos nem contra os jornalistas. Isso deve acabar. Os responsáveis devem ser levados à Justiça", completou Ban.
"Em toda a região, as pessoas estão protestando para expressar suas aspirações legítimas. A sociedade civil e os jovens mostraram o caminho. Cada país é diferente do outro. Cada situação é diferente. Mas há objetivos comuns na região e importantes princípios a defender", assegurou o chefe da ONU.
"Respondendo às manifestações pacíficas, as autoridades têm a obrigação de respeitar os direitos humanos. Não deve haver violência. Peço a todas as partes que se contenham", completou.