Explosão termonuclear: Estados Unidos, China, Coreia do Norte, Egito, Irã, Israel, Índia e Paquistão fazem parte de lista especial cuja ratificação é essencial para que o tratado entre em vigor (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2015 às 15h01.
Nações Unidas - A ONU fez um chamado à comunidade internacional nesta terça-feira para que apoie um tratado que proíbe os testes nucleares, aprovado em 1996 e que ainda não entrou em vigor porque faltam países que somem à iniciativa.
"Há muito tempo é necessário um avanço", afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na abertura de uma conferência para impulsionar o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares.
Este acordo foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU em 10 de setembro de 1996, mas 20 nações ainda não o ratificaram.
"Próximo de completar duas décadas desde sua negociação, o tratado ainda não entrou em vigor", afirmou Ban.
"Necessitamos de todas as pessoas nesta sala para que mostrem liderança para acabar os testes nucleares", acrescentou.
Ban lembrou que este tratado é "essencial" para conseguir um mundo livre de armas nucleares, porque ajudará a garantir "que a comunidade internacional já não seja obrigada a viver à sombra das armas nucleares".
O secretário-geral da ONU lembrou que mais de 20 países ainda não assinaram ou ratificaram este acordo, entre eles oito que figuram em uma lista especial cuja ratificação é essencial para que o tratado entre em vigor.
Estas oito nações são Estados Unidos, China, Coreia do Norte, Egito, Irã, Israel, Índia e Paquistão.
"Os senhores têm uma responsabilidade especial", disse Ban a essas nações, sem identificá-las.
Na reunião, a Indonésia e Hungria cederam ao Japão e Cazaquistão a co-presidência do grupo que coordena os esforços para que este convênio entre em vigor.
Os representantes de algumas nações expressaram frustração pelos poucos avanços realizados até agora, que impediram a entrada em vigor de um tratado que pode abrir o caminho para a eliminação das armas nucleares.
O ministro cazaque de Relações Exteriores, Erlan Idrissov, afirmou que deve haver uma gestão "mais agressiva" para que mais nações possam se somar e o tratado entrar em vigor.
É um trabalho difícil, acrescentou, mas "como uma jovem nação, queremos inspirar todos para que se somem a este tratado", acrescentou o ministro cazaque. "Cazaquistão e Japão têm o direito moral de serem agressivos", insistiu.
Neste ano, se completa o 70° aniversário do primeiro teste atômico, em um deserto do estado do Novo México (EUA.), em 16 de julho de 1945.
O Japão foi a única nação castigada com bombas nucleares e o Cazaquistão foi palco de 500 de testes atômicos soviéticos durante 40 décadas.
O ministro cazaque lembrou que seu país vem promovendo a iniciativa de conseguir que em 2045 vivamos em um mundo sem armas nucleares, uma meta que qualificou como "muito séria".
"Esperamos que estes dois anos (quando o Cazaquistão co-presidirá este grupo junto com o Japão) não sejam uma perda de tempo. Sim, podemos ter um mundo sem armas nucleares", insistiu o ministro parafraseando o lema do presidente dos EUA, Barack Obama.
Por sua vez, o chefe da diplomacia japonesa, Fumio Kishida, propôs uma promoção do tratado "ao mais alto nível possível" e o impulso em grupos sociais para que tenha consciência sobre a importância deste tratado.
"Necessitamos de todas as pessoas para que possa entrar em vigor o tratado", afirmou o ministro japonês.