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ONU pede ao mundo esforço financeiro maior contra o ebola

Ajuda humanitária precisa de um bilhão de dólares para combater de maneira eficaz a epidemia


	Ban Ki-Moon: "dezenas de países expressam solidariedade, mas temos que transformar as promessas em atos"
 (Menahem Kahana/Pool/Reuters)

Ban Ki-Moon: "dezenas de países expressam solidariedade, mas temos que transformar as promessas em atos" (Menahem Kahana/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 12h08.

Washington - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu à comunidade internacional mais esforços financeiros contra o ebola, ao criticar o fato de que apenas 100.000 dólares foram entregues a um fundo especial para combater a doença.

A quantia corresponde ao valor repassado pela Colômbia, único país que efetivou a contribuição ao fundo, que pretende alcançar 20 milhões de dólares para ter liquidez imediata em caso de necessidade de medidas urgentes.

Ao mesmo tempo, o Senegal deixou de ser um país afetado pela epidemia, anunciou nesta sexta-feira a Organização da Saúde (OMS) em um comunicado.

"Dezenas de países expressam solidariedade, mas temos que transformar as promessas em atos. Precisamos de mais médicos, enfermeiros, materiais, centros de tratamento", disse Ban.

A ajuda humanitária precisa de um bilhão de dólares para combater de maneira eficaz a epidemia, que já provocou quase 4.500 mortes.

Mas este outro fundo da ONU recebeu apenas 38% da ajuda necessária (377 milhões dos 988 milhões solicitados). Os principais doadores são o Banco Mundial (105 milhões), Estados Unidos (90 milhões), o Banco Africano de Desenvolvimento (45 milhões) e doadores privados (34 milhões).

O antecessor de Ban, Kofi Annan, criticou a lentidão da resposta dos países ricos à epidemia na África.

"Se esta crise tivesse atingido outra região, a gestão provavelmente teria acontecido de maneira muito diferente", comentou.

"Se observarmos a evolução da crise, a comunidade internacional não despertou até que a doença chegou aos Estados Unidos e Europa", disse.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença provocou 4.493 mortes em 8.997 casos diagnosticados em sete países (Libéria, Serra Leoa, Guiné, Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).

A OMS teme um aumento drástico do número de contaminações na África ocidental, de mil atualmente para quasse 10.000 novos casos semanais, até 1 de dezembro.

A Comunidade da África do Leste (EAC) decidiu enviar mais de 600 profissionais da saúde, incluindo 41 médicos, para a África ocidental para combater a epidemia.

Ao mesmo tempo, os países ocidentais aumentam os controles dos suspeitos de contato com pacientes infectados. Nos aeroportos, os passageiros procedentes dos três países africanos mais afetados (Serra Leoa, Guiné e Libéria) passam por controles mais rígidos.

O presidente americano Barack Obama afirmou, em resposta a um grupo de congressistas, que fechar as fronteiras seria menos eficaz que as medidas de controle nos aeroportos.

O período de incubação da doença é de 21 dias. Os sintomas são dor de cabeça, febre e vômitos, entre outros.

A febre hemorrágica é transmitida diretamente por contato com os fluidos corporais.

Na Espanha, os primeiros testes para detectar o vírus ebola em duas das seis novas pessoas colocadas sob vigilância na quinta-feira apresentaram resultados negativos, anunciou o comitê que monitora a presença do vírus no país.

A vacina experimental contra o vírus ebola desenvolvida pela empresa britânica GSK só será comercializada em 2016 e "não deve ser considerada uma resposta urgente à epidemia em curso", declarou o responsável pelo programa.

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