Carro da ONU em missão no Líbano: este é o maior valor que a ONU já precisou para para suas ações humanitárias (AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 11h41.
Genebra - As agências das Nações Unidas fizeram nesta segunda-feira uma chamada para obter US$ 12,9 bilhões para realizar suas operações humanitárias no mundo durante 2014, a maior quantidade de dinheiro requerida pela ONU e com a qual espera ajudar cerca de 52 milhões de pessoas.
Entre as operações humanitárias previstas para o próximo ano, que serão desenvolvidas em 17 países diferentes, a da Síria e dos cinco países vizinhos é a de maior envergadura, com um total de US$ 6,5 bilhões, mais da metade do total, anunciou nesta segunda-feira em Genebra a subsecretária geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Valerie Amos.
O resto das operações humanitárias da ONU se centram no Iêmen, Sudão, Sudão do Sul, Afeganistão, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Filipinas, Somália, Palestina, Mianmar e Haiti.
'As crises humanitárias são cada vez mais complexas, ao combinar desastres naturais e conflitos. A complexidade e amplitude de nosso trabalho aumenta a cada ano', indicou Amos.
A crise humanitária que mais fundos requer após Síria é a do Sudão do Sul, onde a ONU precisa de US$ 1,1 bilhão, com os quais espera ajudar mais de 3 milhões de pessoas.
No Sudão, a ONU prevê ajudar quase 6 milhões de pessoas se conseguir a quantia de US$ 995 milhões de dólares requeridos para 2014; além de 2 milhões de pessoas na Somália, para os quais necessitam de US$ 928 milhões.
Para responder à tragédia nas Filipinas provocada pelo tufão Haiyan -o maior desastre natural dos últimos anos- a ONU requer para 2014 mais de US$ 790 milhões, com os quais espera ajudar cerca de 3 milhões de pessoas.
Para os dois principais conflitos que afetam o continente africano nestes momentos, o pedido alcança os US$ 832 milhões para a República Democrática do Congo - para ajudar cerca de 4,8 milhões de pessoas- e os US$ 247 milhões para a República Centro-africana, onde mais de 2 milhões de pessoas requerem ajuda de emergência.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, ressaltou que o conjunto de crise humanitárias de 2013 provocou um deslocamento, só em um ano, de mais de dois milhões de pessoas, o número mais elevado dos últimos 20 anos.
'A maioria deles fugiam da Síria, mas causaram um forte êxodo de população nos conflitos do Sudão e República Centro-Africana, onde os fatos das últimas semanas nos obrigam a nos preparar para o pior', precisou.
Por sua parte, a vice-diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Yoka Brandt, indicou que só as três maiores crises vividas neste ano, Síria, República Centro-Africana e Filipinas, afetaram quase 14 milhões de crianças.
*Atualizada às 12h41 do dia 16/12/2013