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ONU nega anistia para crimes de guerra e contra a humanidade

O alto comissário expressou esperança de que negociações sírias poddam "acabar com os horrorosos abusos e violações da lei internacional".


	Síria: "nenhuma anistia deveria ser considerada para aqueles suspeitos de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade"
 (Reuters / Khalil Ashawi)

Síria: "nenhuma anistia deveria ser considerada para aqueles suspeitos de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade" (Reuters / Khalil Ashawi)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 08h22.

Genebra - O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, disse nesta segunda-feira que ninguém deveria considerar anistiar as pessoas que tenham cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade no conflito sírio.

"Temos o princípio nas Nações Unidas de que nenhuma anistia deveria ser considerada para aqueles suspeitos de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade", disse Zeid em entrevista coletiva concedida enquanto são realizadas as negociações de paz em Genebra sobre o conflito na Síria.

O alto comissário expressou esperança de que "após cinco anos vendo o povo sírio ser submetido a uma execução pública, espero que as negociações possam acabar com os horrorosos abusos e violações da lei internacional".

"Queremos ver o final de todas as violações cometidas por todas as partes", acrescentou, lembrando que a entidade que dirige não tem presença na Síria e que controla o que ocorre ali através de uma rede de colaboradores de defensores dos direitos humanos e do pessoal com o qual conta nos países adjacentes.

Com relação ao papel da Turquia, e às alegações que indicam que inclusive permite que militantes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) atravessem impunemente suas fronteiras, Zeid se limitou a dizer que espera que Ancara entenda a importância deste grupo "não ter êxito".

O alto comissário quer defender os centenas de milhares de refugiados sírios que fugiram de seu país e puseram sua vida e a de seus parentes em perigo para buscar uma nova chance na Europa longe do horror da guerra.

"Estou profundamente alterado pela retórica de rejeição a estes refugiados e pela inaceitável politização do problema. É surpreendentemente irresponsável", sustentou.

"Estas pessoas estão sofrendo uma dupla tragédia. Sofreram suficiente por causa do fracasso do Conselho de Segurança e ainda chegam na Europa e são discriminados desta maneira", acrescentou.

Zeid se referiu especificamente à nova legislação dinamarquesa que permite confiscar todos os bens dos refugiados que cheguem a suas fronteiras para ajudar a custear sua estadia.

"São pessoas que já estão totalmente traumatizadas. Impor uma taxa adicional me parece bastante cruel", ressaltou.

Além disso, o alto comissário lamentou a pouca incidência na necessidade da integração, e neste âmbito incluiu os ataques sexuais cometidos por jovens imigrantes em Colônia e outras cidades alemãs.

"Estes comportamentos devem ser rechaçados e perseguidos de forma individual. Mas o que não se pode fazer é estigmatizar uma população inteira por isso", concluiu.

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