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ONU: narcotráfico gera US$ 320 bilhões ao ano

Entidade defendeu maior empenho no combate ao consumo de cocaína e heroína como forma de diminuir o tráfico

Segundo a ONU, o número de usuários de drogas no mundo pode alcançar 250 milhões (Wikimedia Commons)

Segundo a ONU, o número de usuários de drogas no mundo pode alcançar 250 milhões (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 13h33.

Viena - A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta segunda-feira que o narcotráfico gera uma renda anual de US$ 320 bilhões.

"Cada ano, os 'senhores da droga' ganham a assombrosa marca de US$ 320 bilhões", informou o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).

"Temos que fazer progressos reais contra a heroína e a cocaína, e confio que realmente possamos fazê-lo, temos que fazer frente os cultivos ilícitos de uma maneira mais significativa e coordenada", afirmou o diretor da UNODC, o russo Yuri Fedotov.

As palavras foram pronunciadas por Fedotov na abertura de uma sessão da Comissão de Entorpecentes das Nações Unidas, que vão se reunir até sexta-feira em Viena para discutir as políticas mundiais sobre drogas.

"Entre 1998 e 2009, a produção mundial de ópio aumentou quase 80%. O mercado da cocaína não foi eliminado nem reduzido de maneira significativa, a oferta e a procura só se deslocaram a outro lugar", indicou a UNODC em comunicado.

Fedotov pediu não só a combater o cultivo ilícito de drogas, mas a redobrar os esforços para reduzir a demanda nos países consumidores.

"Também é preciso concentrar-se mais no lado da demanda. Se estima que de 150 milhões a 250 milhões de adultos consomem drogas ilícitas a cada ano. Os consumidores destroem suas vidas, e fazem suas famílias e comunidades sofrer muito", indicou.

O alto funcionário mostrou sua preocupação com um maior consumo de drogas entre menores de idade nos países em desenvolvimento.

"As crianças cujos pais consomem drogas têm maior risco de consumir drogas. As drogas contribuem para os problemas sociais que prejudicam as comunidades, e levantam novos desafios para a saúde pública", sustentou.

Também pediu a garantia do acesso a remédios paliativos da dor, como a morfina, que são infrautilizados nos países em desenvolvimento e que fazem com que milhões de pessoas com doenças crônicas sofram sem receber tratamento.

"O objetivo é garantir a disponibilidade de substâncias controladas para uso médico, que é essencial para a saúde pública. A Organização Mundial da Saúde estima que a cada ano dezenas de milhões de pessoas com câncer, aids e outras doenças sofrem inutilmente dor e inclusive morrem porque não têm acesso a remédios", advertiu Fedotov.

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