Campo de refugiados: a falta da eletricidade pode piorar significativamente a luta diária pela sobrevivência de muitas pessoas deslocadas (Zacharie Rabehi/EyeEm/Getty Images)
AFP
Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 16h51.
A ONU estabeleceu uma meta ambiciosa esta semana para melhorar a vida de milhões de pessoas: fornecer eletricidade a todos os campos de refugiados até 2030.
A meta é enormemente ambiciosa, uma vez que mais de 90% dos refugiados que vivem em acampamentos têm pouco ou nenhum acesso à eletricidade, enquanto as comunidades vizinhas podem enfrentar sistemas elétricos sobrecarregados e longas quedas de energia.
Na cúpula mundial sobre refugiados realizada em Genebra nesta semana, a ONU enfatizou a urgência do problema, que pode piorar significativamente a luta diária pela sobrevivência de muitas pessoas deslocadas.
A falta de eletricidade representa um desafio para cozinhar, ambientes aquecidos ou para estudar, enquanto mulheres e meninas, especialmente, enfrentam riscos muito maiores à segurança em acampamentos escuros.
A eletricidade é vital, especialmente para as mulheres, disse Joelle Hangi, refugiada da República Democrática do Congo (RDC) que vivia no campo de Kakuma, no Quênia, na reunião em Genebra.
"Energia é sinônimo de proteção, segurança. É (buscando) essa mesma proteção que fugimos de nossos países", afirmou.
Além disso, viver sem eletricidade geralmente significa mais poluição e emissões de gases de efeito estufa, pois as pessoas recorrem à queima de madeira ou carvão para atender às necessidades de suas casas, e as instalações da comunidade usam geradores a diesel.
Com grande parte dos quase 26 milhões de refugiados registrados no mundo vivendo em acampamentos, o objetivo de fornecer energia sustentável a todos em apenas dez anos é muito ambicioso.
"Esse é um empreendimento vasto e ambicioso", disse Andrew Harper, que em janeiro se tornará o primeiro consultor especial em ação climática da Agência de Refugiados da ONU (ACNUR).