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ONU ignora Trump e tenta colocar promessas climáticas em prática

Trump duvida que a mudança climática seja causada por gases de efeito estufa produzidos pelos humanos e quer abandonar o pacto

Clima: "Acho que não deveríamos enfatizar demais a importância de Donald Trump", disse a embaixadora francesa do clima (Pawel Kopczynski/Reuters)

Clima: "Acho que não deveríamos enfatizar demais a importância de Donald Trump", disse a embaixadora francesa do clima (Pawel Kopczynski/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 16h26.

Marrakesh - Quase 200 países começaram a trabalhar nesta segunda-feira para transformar promessas de combate à mudança climática em ações em uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) que minimizou as ameaças ao acordo global firmado em 2015 se o republicano Donald Trump conquistar a Presidência dos Estados Unidos.

No início das duas semanas de conversas no Marrocos, muitos delegados usavam insígnias com uma imagem semelhante da Terra para comemorar a entrada em vigor, no dia 4 de novembro, do Acordo de Paris, cuja meta é reduzir gradualmente as emissões de gases de efeito estufa neste século.

A eleição norte-americana não foi mencionada nos discursos feitos nas cerimônias de abertura.

Trump duvida que a mudança climática seja causada por gases de efeito estufa produzidos pelos humanos, principalmente oriundos da queima de carvão e petróleo, e quer abandonar o pacto. Sua rival democrata Hillary Clinton, por contraste, é uma apoiadora firme do acordo assinado na capital da França.

"Acho que não deveríamos enfatizar demais a importância de Donald Trump", disse a embaixadora francesa do clima, Laurence Tubiana, aos repórteres quando indagada sobre a votação dos EUA.

"Seria um choque" se Trump fosse eleito, afirmou. "Mas, se acontecesse, na manhã de quarta-feira você veria todo mundo dizendo 'nos atemos ao Acordo de Paris'", opinou ela.

Nesta segunda-feira, os delegados pediram ação para implementar o pacto, que foi ratificado por países dos mais diferentes, como a China, a Arábia Saudita e Estados-ilha do Oceano Pacífico, como parte dos esforços para limitar ondas de calor, secas, inundações e a elevação do nível dos mares.

O ministro das Relações Exteriores marroquino, Salaheddine Mezouar, disse que houve um "progresso incomparável" a respeito da mudança climática neste ano.

"Agora precisamos construir em cima desta dinâmica", afirmou ele aos delegados. As temperaturas globais médias devem atingir novos picos em 2016, ultrapassando um recorde de 2015.

As conversas terão como objetivo encontrar maneiras de aumentar os limites aos gases de efeito estufa, ajudar nações da África a lidar com o aquecimento global e elevar as finanças climáticas de países em desenvolvimento a uma meta de 100 bilhões de dólares por ano até 2020.

Todos os países prometeram impor limites às emissões de combustíveis fósseis, e Marrakesh está prestes a começar a escrever um "livro de regras" para delinear como irá monitorar e relatar suas emissões de gases de efeito estufa, um processo que deve levar dois anos.

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