A nova conferência internacional da mulher também deverá abordar o fim da discriminação das mulheres que vivem em zonas rurais (Mustafa Abdi/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2012 às 18h06.
Nações Unidas - Com a intenção de revisar o plano de ação estipulado em conferências anteriormente e incluir os novos desafios que centram a agenda de igualdade, a ONU anunciou nesta quinta-feira que deverá organizar a próxima Conferência Internacional sobre a Mulher no ano de 2015.
'As mulheres compõem a metade da humanidade e devido à importância e relevância que possui seus assuntos para o desenvolvimento mundial, chegou o momento de convocar uma nova cúpula', disseram em comunicado conjunto o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente da Assembleia Geral, Abdulaziz al-Nasser.
Apesar de ainda não ter uma cidade definida, a 5º Conferência Internacional sobre a Mulher recolherá os resultados da última reunião, realizada em Pequim, em 1995, quando a comunidade internacional concordou em considerar os direitos fundamentais das mulheres para o desenvolvimento.
Antes de Pequim, esta conferência foi realizada na Cidade do México (1975), Copenhague (1980) e Nairóbi (1985).
Ban e Al-Nasser, que fizeram este anúncio coincidindo com a celebração do Dia Internacional da Mulher, também assinalaram que os Estados-membros da ONU precisam dar 'os passos necessários' para que essa proposta seja uma realidade.
O primeiro desses passos seria a própria aprovação da 5º Conferência da Mulher no plenário da Assembleia Geral da ONU, algo que ambos os líderes esperam firmar no marco da atual sessão.
A intenção de firmar este novo fórum é aproveitar o impulso dado na agenda de igualdade das Nações Unidas com a criação da ONU Mulheres, uma agência que poderá se beneficiar do novo programa global centrado na mulher que deverá ser apresentado após o novo encontro.
Segundo o comunicado, a conferência também servirá para 'revisar a aplicação do plano de ação firmado em Pequim' e tratar dos 'assuntos emergentes, principalmente os relacionados com a participação das mulheres na política', assim como seu 'acesso ao emprego e aos cargos de poder'.
A nova conferência internacional da mulher também deverá abordar o fim da discriminação das mulheres que vivem em zonas rurais e outros temas relacionados com a mudança climática, a imigração e as drogas. A insegurança alimentícia e o tráfico de mulheres também são assuntos que foram destacados por Ban e Al-Nasser.
De acordo com as autoridades, o êxito dessa nova conferência depende 'do papel e da participação das jovens mulheres', que poderão apresentar 'uma grande e importante dimensão que, possivelmente, não foram abordadas nas conferências anteriores'.
Desde 1946, quando as Nações Unidas criaram a Comissão Jurídica e Social da Mulher, essa entidade é encarregada de preparar as recomendações e os relatórios sobre a promoção dos direitos da mulher, que nesta sexta-feira encerra sua 56º sessão em Nova York.