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ONU elogia economia da América Latina, mas aponta riscos

Os riscos externos, segundo o documento, se concretizarão caso a desaceleração econômica nos países desenvolvidos seja maior que a prevista

Segundo o documento, a reação de vários bancos centrais, entre eles os do Brasil, Chile e Peru, não está livre de riscos (Divulgação/Banco Central)

Segundo o documento, a reação de vários bancos centrais, entre eles os do Brasil, Chile e Peru, não está livre de riscos (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 22h39.

Brasília - Apesar da avaliação positiva feita sobre as medidas adotadas pelos países da América Latina para enfrentar a crise econômica mundial, apresentando “extraordinária recuperação econômica” em 2010, o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado hoje (18) alerta para riscos externos e internos na região.

Os riscos externos, segundo o documento, se concretizarão caso a desaceleração econômica nos países desenvolvidos seja maior que a prevista. Além disso, as moedas dos países latinoamericanos se valorizaram em 2010, em média, 4,5% em relação ao dólar. Mantendo-se este cenário, suas exportações, principalmente de produtos manufaturados, tendem a perder competitividade, numa perspectiva que já é de desaquecimento do comércio mundial para 2011. 

O relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2011 destaca ações tomadas pelos bancos centrais da Argentina, Colômbia, do Brasil e Peru de controles mais restritivos para a entrada de capital de curto prazo. A medida visa a evitar o aparecimento de bolhas financeiras como a imobiliária, que originou a crise mundial iniciada no segundo semestre de 2008, marcada pela quebra do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers.

Segundo o documento, entretanto, a reação de vários bancos centrais, entre eles os do Brasil, Chile e Peru, não está livre de riscos. Ao aumentar as taxas de juros e a obrigação de reserva para que os bancos limitem a expansão do crédito interno, desinflando possíveis bolhas nos preços dos ativos, podem atrair mais entrada de capital, elevando a pressão sobre o câmbio.

Os riscos internos incluem o surgimento de bolhas nos ativos financeiros e também a “falta de espaço fiscal”. Isso pode obrigar os países a retirar os estímulos monetários e fiscais que os ajudaram a sair da crise antes do previsto, o que afeta de imediato o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mais uma vez com a perspectiva de redução das exportações.

Quanto aos bons resultados apresentados, o relatório coloca o Brasil como “motor do crescimento regional” na América Latina, e diz que o país “mantém sua sólida demanda interna, que impulsiona o crescimento das exportações dos países vizinhos”. A ONU diz que esses países também têm se beneficiado com o fortalecimento dos vínculos econômicos com as economias emergentes da Ásia.

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