Mundo

ONU e UA denunciam subornos em eleição de Parlamento somali

O país africano está imerso em um processo de finalização da transição política


	Guardas tentam controlar multidão faminta que chega para receber comida na Somália: O atual governo foi estabelecido em 2004, e formalmente seu mandato deve acabar dia 20
 (John Moore/Getty Images)

Guardas tentam controlar multidão faminta que chega para receber comida na Somália: O atual governo foi estabelecido em 2004, e formalmente seu mandato deve acabar dia 20 (John Moore/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 19h29.

Nairóbi - A ONU e a União Africana (UA) denunciaram nesta sexta-feira a utilização de subornos, intimidação e violência para influenciar a eleição dos deputados do novo Parlamento da Somália.

Em comunicado conjunto emitido em Nairóbi, a ONU e a UA dizem ter recebido ''informação confiável de fontes somalis e internacionais de que certos grupos estão implicados no uso de subornos, intimidação, violência e outros meios injustos para influenciar a escolha dos membros do Parlamento''.

O país africano está imerso em um processo de finalização da transição política, que deveria terminar dia 20 com a escolha de um presidente, que depois nomearia um primeiro-ministro e um gabinete.

O presidente deve ser designado pelo Parlamento, cujos 275 membros devem ser escolhidos por sua vez por 135 líderes tribais selecionados por um comitê especial apoiado pela ONU.

As Nações Unidas e a União Africana informaram hoje que esses 135 líderes ''estão sendo ameaçados por elementos negativos'', embora não tenham especificado quem são esses agressores. Esses ''elementos'' também tentariam ''perverter'' o processo para excluir as mulheres do Parlamento.

À medida que a data-limite de 20 de agosto se aproxima, os signatários da nota destacam que ''qualquer tentativa de manipular, atrasar ou atrapalhar esse processo seria inaceitável''.


''Achamos que o povo somali, que sofreu durante tanto tempo, merece um futuro'', afirmam os signatários, que esperam que a transição política acabe ''de forma pacífica''.

O atual governo de transição que lidera a Somália foi estabelecido em 2004, e formalmente seu mandato deve acabar dia 20.

Os líderes da Somália aprovaram no último dia 1º uma nova Constituição de caráter provisório que deve ser ratificada em um futuro referendo.

A Somália vive em estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias islamitas, senhores da guerra e bandas de delinquentes armados.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEleiçõesEscândalosFraudesONU

Mais de Mundo

Guerra na Ucrânia: Armas nucleares são a definitiva moeda de troca da Rússia

EUA fecham embaixada em Kiev e alertam sobre 'ataque aéreo significativo'

Empresas ajudarão parcerias verdes com o Brasil mesmo sob governo Trump, diz porta-voz dos EUA

Depois do G20, Lula recebe Xi para aproximar ainda mais Brasil e China