No sudeste da Ásia, 133 milhões de pílulas de metanfetamina foram apreendidas em 2010 (Christophe Archambault/AFP/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 09h02.
Viena - As drogas sintéticas superaram a cocaína e a heroína e passaram a ocupar o segundo lugar na lista de droga mais consumidas no mundo, atrás apenas da maconha, anuncia a Organização as Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (ONUDC) em seu relatório anual.
Depois da maconha, os estimulantes do tipo anfetaminas (ATS) são a segunda droga mais utilizada no planeta, à frente da cocaína e da heroína, afirma o documento da ONUDC.
A agência destaca as transformações do mercado de entorpecentes e o aumento do número de laboratórios clandestinos para elaborar ATS.
"O mercado das ATS evoluiu de uma indústria de fabricação doméstica em pequena escala para um mercado do tipo cocaína e heroína, com um nível mais forte de integração e com grupos do crime organizado envolvidos ao longo da cadeia de produção e de distribuição", explicou o diretor executivo da ONUDC, Yuri Fedotov.
O relatório ressalta que as ATS são fáceis de produzir e precisam de um investimento relativamente pequeno, com um grande rendimento, ao contrário das drogas a base de plantas, como a cocaína e os opiáceos.
Na Ásia sul-oriental, a região mais afetada pelas anfetaminas, o número de pílulas de ATS confiscadas passou de 32 milhões em 2008 a 93 milhões em 2009 e alcançou 133 milhões ano passado.
"Vemos a produção suprir novos mercados e as rotas das drogas se diversificam para alcançar áreas que antes não eram afetdas pelas ATS", afirma o documento.
Na América Latina e África Ocidental foram registrados recentemente as primeiras descobertas de laboratórios de ATS.
Na Ásia oriental e sul-oriental, a ONUDC também destacou uma tendência crescente de consumidores que injetam ATS, com consequências perigosas para a saúde, sobretudo pelo vírus da Aids.
O relatório também aponta a emergência de novos componentes sintéticos não regulados, imitando os efeitos das substâncias ilícitas e que escapam do controle das leis internacionais.
"Muito perigosas e, no entanto, ainda consideradas legais em muitos países, estas drogas são facilmente encontradas pela internet", afirma ONUDC.