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ONU diz que tanques israelenses invadiram base de força da paz

Além disso, a Unifil acusou Israel de bloquear um comboio logístico, prejudicando o movimento da força de paz

Pessoas fugindo do bombardeio israelense no Líbano, caminham ao redor de uma cratera causada por um ataque israelense, na área de Masnaa, no lado libanês da passagem de fronteira com a Síria, em 4 de outubro de 2024 (HASSAN JARRAH/AFP)

Pessoas fugindo do bombardeio israelense no Líbano, caminham ao redor de uma cratera causada por um ataque israelense, na área de Masnaa, no lado libanês da passagem de fronteira com a Síria, em 4 de outubro de 2024 (HASSAN JARRAH/AFP)

Publicado em 13 de outubro de 2024 às 16h34.

Última atualização em 13 de outubro de 2024 às 16h35.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou neste domingo, 13, que tanques israelenses romperam o portão de uma base de sua força de paz no sul do Líbano, na mais recente denúncia de violações por parte de Israel. O incidente ocorre em meio à escalada de tensões entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu que a ONU retirasse as tropas da Força Interina no Líbano (Unifil), argumentando que elas estariam sendo usadas como escudos humanos pelo Hezbollah, aliado do Irã. A declaração de Netanyahu foi seguida por relatos de novas violações israelenses, incluindo a invasão de dois tanques Merkava a uma base da ONU, segundo informou a própria força de paz.

A Unifil relatou que, após a retirada dos tanques, projéteis explodiram a 100 metros da instalação, liberando uma substância que gerou fumaça tóxica. Mesmo usando máscaras de gás, 15 funcionários da ONU precisaram de atendimento médico. A entidade não esclareceu a origem dos disparos nem identificou a substância liberada.

Além disso, a Unifil acusou Israel de bloquear um comboio logístico, prejudicando o movimento da força de paz. Em nota, a organização classificou a invasão como uma "grave violação do direito humanitário internacional" e da Resolução 1701 do Conselho de Segurança, que regula o cessar-fogo entre Israel e Líbano. "Solicitamos explicações das IDF (Forças de Defesa de Israel) sobre essas violações chocantes", informou a ONU.

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Tensões regionais

O governo israelense ainda não respondeu à denúncia. Netanyahu justificou o pedido de retirada da Unifil dizendo que a presença das tropas nas áreas de combate fortalece o Hezbollah, algo que, segundo ele, "as IDF tentaram evitar em várias ocasiões, sem sucesso".

A tensão entre Israel e o Hezbollah vem aumentando desde o início deste mês, quando Israel iniciou uma incursão terrestre no Líbano. O conflito, que foi retomado há cerca de um ano, foi intensificado com o lançamento de foguetes pelo Hezbollah em apoio ao Hamas na guerra em Gaza.

Nos últimos dias, cinco soldados da Unifil ficaram feridos durante ataques, a maioria atribuída às forças israelenses. O Hezbollah, por sua vez, nega que utilize a proximidade com as tropas da ONU como proteção.

(Com informações de Reuters)

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