Mundo

ONU denuncia violação dos direitos humanos em 38 países

Em um longo discurso, alto comissário debulhou todas as situações de violações aos direitos humanos existentes no mundo


	Bandeira do México: país aparece entre os denunciados por violência e violação dos direitos humanos
 (Kevin C. Cox/Getty Images)

Bandeira do México: país aparece entre os denunciados por violência e violação dos direitos humanos (Kevin C. Cox/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2015 às 10h33.

Genebra - O alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, denunciou nesta quinta-feira perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU a situação de violência e de violação dos direitos fundamentais em 38 países, entre eles México e Venezuela.

Zeid apresentou perante o Conselho o relatório anual de seu Escritório, no qual em um longo discurso debulhou todas as situações de violações aos direitos humanos existentes no mundo.

"Sigo muito preocupado pela deterioração da situação dos direitos humanos na Venezuela, particularmente as duras respostas do governo às críticas e expressões pacíficas de divergência", afirmou Zeid.

Zeid incluiu o caso da Venezuela na seção de "países preocupantes pelo contexto de redução do espaço democrático", nos quais também incluiu a Arábia Saudita, China, Egito, Mianmar, Rússia, Tailândia, e Turquia, entre outros.

"O uso da força letal contra manifestantes é muito preocupante", acrescentou o alto comissário.

O governo de Nicolás Maduro autorizou o uso de arma letal na repressão dos manifestantes por parte das Forças Armadas, uma decisão que já causou a primeira vítima mortal, um rapaz de 14 anos.

Além disso, o alto comissário denunciou "a intimidação e campanhas públicas, incluídas por altos funcionários do governo, contra defensores dos direitos humanos".

"Estou especialmente preocupado pela contínua detenção de líderes da oposição e de manifestantes, frequentemente por longos períodos", concluiu Zeid, em referência a dois destacados opositores, Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, e Leopoldo López.

Está previsto que amanhã estejam na Venezuela os chanceleres do Brasil, Colômbia e Equador, mais o presidente da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), para tentar promover o diálogo entre o governo e a oposição.

Com relação ao México, o alto comissário disse que o país é "um cruel exemplo de como a violência criminosa pode ameaçar conquistas democráticas conseguidas com esforço".

"Expressei em repetidas ocasiões minha preocupação com relação à violência generalizada em partes das América Central e no México, e os vínculos com o crime organizado, as forças de segurança e as autoridades locais e centrais".

"O desaparecimento de 43 estudantes em Iguala está longe de ser um caso isolado, mas desafia as autoridades para que tomem ações decisivas para acabar com a impunidade e evitar estes crimes no futuro".

Os estudantes foram assassinados por um grupo de criminosos liderados pelo governo local da cidade e causou não só um debate e protestos no México, mas condenação e repúdio no mundo inteiro.

Por outro lado, Zeid também se referiu à imigração na região centro-americana, onde "centenas de milhares de pessoas são forçadas a fugir pela incontrolada violência das grupos criminosos, e são eventualmente vítimas de abuso durante sua viagem".

O alto comissário também quis destacar o caso positivo da Colômbia, e se mostrou "otimista que 2015 será um ano decisivo para o futuro da paz".

"Após cinco décadas de uma devastadora guerra civil, confiamos que o diálogo de paz entre o governo e as Farc terá êxito", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDireitos HumanosMéxicoONUVenezuela

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA