Protesto: a violência política começou após a divulgação do resultado das eleições presidenciais, que a oposição considera que foi fraudado (Thomas Mukoya/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 12h28.
Última atualização em 15 de agosto de 2017 às 12h28.
Genebra - A Organização das Nações Unidas (ONU) considerou nesta terça-feira que são alarmantes as informações que está recebendo sobre as forças de segurança no Quênia terem utilizado munição real para frear os protestos contra o resultado das recentes eleições presidenciais, que deram como vencedor o atual governante, Uhuru Kenyatta.
Também chegaram à organização relatos sobre a "brutalidade policial" que resultaram em muitos mortos e feridos, "incluindo crianças", informou o organismo.
A violência política começou após a divulgação do resultado das eleições presidenciais, que a oposição considera que foi fraudado. O caso lembra o caos pós-eleitoral de 2007, em que mais de 1.000 pessoas morreram.
Diante do risco de que algo semelhante possa acontecer, o chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, pediu que todos os líderes políticos, do governo e da oposição, assumam uma atitude responsável e evitem mais violência.
Ainda não existem dados confiáveis sobre o número de mortos desde o dia 8, quando as eleições aconteceram. A oposição denúncia mais de uma centena e outras fontes dão conta de 24 vítimas.
"O país se encontra em uma encruzilhada vital. Seus líderes devem fazer o necessário para acalmar o clima político volátil", pediu Zeid.
Na mesma linha se pronunciou o presidente Uhuru Kenyatta, que na segunda-feira advertiu que não toleraria manifestações violentas e pediu aos adversários para utilizar vias legais se desejarem impugnar os resultados eleitorais. Segundo a apuração oficial, o governante recebeu 54% dos votos, 9% a mais do que a aliança opositora.
O alto representante da ONU, no entanto, lembrou ao governo queniano que as pessoas "tem direito a se reunir e a protestar pacificamente" e que "as autoridades têm o dever de garantir que possam fazer isso". Zeid também pediu às autoridades que façam "um anunciou imediato que cooperarão de forma ampla" com a instância no Quênia encarregada de vigiar o trabalho da polícia e que procura garantir a prestação de contas em casos de abusos. EFE