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ONU denuncia que 1 de cada 9 pessoas sofre com fome no mundo

O número de famintos diminuiu em mais de 100 milhões na última década, mas ainda atinge cerca de 805 milhões


	Mulher prepara comida: o acesso à comida também aumentou em lugares do Sul da Ásia e da América Latina
 (Getty Images)

Mulher prepara comida: o acesso à comida também aumentou em lugares do Sul da Ásia e da América Latina (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 06h38.

Roma - O número de pessoas que sofrem com a fome em nível mundial diminuiu em mais de 100 milhões na última década, mas ainda atinge cerca de 805 milhões, ou seja, um de cada nove habitantes do planeta, não têm alimentos suficientes.

Essas são as conclusões recolhidas no relatório sobre o estado da insegurança alimentícia no mundo publicado nesta terça-feira pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e outros dois organismos da ONU: o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

O documento assinala que "o número de pessoas que sofre fome em nível mundial diminuiu em mais de 100 milhões na última década" e que este diminuição é de mais de 200 milhões de pessoas desde 1990-1992.

Também afirma que esta redução da fome nos países em desenvolvimento implica que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de diminuir à metade o número de pessoas desnutridas em 2015 pode ser alcançado "se os esforços forem intensificados".

Até o momento, 63 países em desenvolvimento alcançaram o objetivo, entre eles o Brasil, e outros seis estão na caminho de consegui-lo em 2015.

"Isto prova que podemos ganhar a guerra contra a fome e devemos inspirar os países a seguir adiante, com a assistência da comunidade internacional se for necessário", afirmam o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, o presidente do FIDA, Kanayo F. Nwanze, e a diretora-executiva do PMA, Ertharin Cousin.

Além disso, o relatório explica que "o acesso aos alimentos melhorou significativamente em países que experimentaram um progresso econômico, especialmente em zonas do leste e do sudeste da Ásia".

O acesso à comida também aumentou em lugares do Sul da Ásia e da América Latina, mas sobretudo em países que dispõem de redes de segurança e outras formas de proteção social, incluídas também as pessoas que sofrem com a pobreza no campo.

A América Latina e o Caribe, aponta o relatório, alcançaram importantes avanços ao aumentar a segurança alimentar.

No entanto, o documento ressalta que "apesar do progresso significativo geral, ainda persistem várias regiões que estão na retaguarda" na Ásia e na África Subsaariana.

As organizações destacam a necessidade de renovar o compromisso político para combater a fome através de ações concretas e encorajam o cumprimento do acordo alcançado na cúpula da União Africana, realizada em junho de 2014, de acabar com a fome no continente em 2025.

As organizações destacam que a insegurança alimentícia e a desnutrição são problemas complexos que devem ser resolvidos de maneira coordenada e pedem aos governos para trabalhar em estreita colaboração com o setor privado e a sociedade civil.

O documento insiste que "a erradicação da fome requer o estabelecimento de um entorno propício e um enfoque integrado", que inclua investimentos privados e públicos para aumentar a produtividade agrícola, o acesso à terra, aos serviços, às tecnologias e aos mercados.

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