Mundo

ONU denuncia assédio e violência contra mulheres no Egito

A ONU denunciou que o assédio e a violência sexual contra as mulheres no Egito acontecem em distintas esferas, o que representa uma grave regressão


	Mulher em protesto: no Egito, a cada três mulheres duas sofrem algum tipo de violência diariamente
 (John Moore/Getty Images)

Mulher em protesto: no Egito, a cada três mulheres duas sofrem algum tipo de violência diariamente (John Moore/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 12h25.

Cairo - A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou nesta terça-feira que o assédio e a violência sexual contra as mulheres no Egito acontecem em distintas esferas, como na rua, no trabalho e em casa, o que representa uma grave regressão em seus direitos e em sua igualdade com o homem.

Em entrevista coletiva realizada no Cairo, a diretora no Egito da ONU Mulheres, a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, Nihad Gohar, afirmou que a violência contra as mulheres está provocando "lesões físicas e psicológicas devastadoras em vários sentidos".

Ela advertiu que esta situação reforça "a subordinação das mulheres aos homens" e contribui para o fortalecimento de normas culturais "estereotipadas" que limitam a contribuição feminina à sociedade.

No Egito, a cada três mulheres duas sofrem algum tipo de violência diariamente em casa ou no trabalho, enquanto o assédio sexual persiste nas ruas do país apesar da recente legislação aprovada pelo governo egípcio endurecendo as penas de prisão aos violadores.

A diretora do Centro de Informação das Nações Unidas no Cairo, Khawla Mattar, lamentou que a violência contra a mulher tenha se transformado "em uma praga aceita pela sociedade", e alertou que os números informados "são sempre inferiores à realidade".

A ONU também destacou a ablação como um dos "crimes graves" contra a sociedade feminina no Egito e lembrou que "até 98% das mulheres com idade entre 15 e 49 anos sofreu a mutilação genital".

"Do mesmo modo que lutamos contra o ebola, devemos enfrentar a violência machista ao mesmo nível e com a mesma atenção. É uma doença de nossa sociedade", pediu Khawla.

A ONU iniciou uma campanha de 16 dias de duração para conscientizar à sociedade feminina egípcia - através de distintas atividades esportivas e culturais -, sobre seu direito "a viver em um espaço sem violência".

Para a diretora, as faces da violência não são apenas físicas ou verbais, mas "diversas e em transformação", como a privação de direitos financeiros, falta de investimento em saúde e ausência de atendimento nutricional.

Hoje é o Dia Internacional para Eliminação da Violência contra Mulheres, cuja campanha no Egito será centrada em conscientizar e impulsionar a ação generalizada pelos direitos da mulher para criar um contexto social de igualdade de gênero.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaAssédio sexualCrimeDireitos HumanosEgitoMulheresONU

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde