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ONU critica restrições para refugiados nos Bálcãs

Cerca de 1.000 imigrantes estão retidos na fronteira da Grécia para a Macedônia após terem sua entrada negada devido às suas nacionalidades


	Refugiados na Eslovênia: países dos Bálcãs restringiram recentemente o trânsito pelas suas fronteiras
 (Reuters)

Refugiados na Eslovênia: países dos Bálcãs restringiram recentemente o trânsito pelas suas fronteiras (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2015 às 20h10.

Genebra - Cerca de 1.000 imigrantes estão retidos no principal ponto de passagem da fronteira da Grécia para a Macedônia após terem sua entrada negada devido às suas nacionalidades, em uma violação das leis internacionais, declarou a Organização das Nações Unidas (ONU).

Os países dos Bálcãs restringiram recentemente o trânsito pelas suas fronteiras para conter o que tem sido um fluxo anárquico, muitas vezes sem controle, de imigrantes rumo à Europa neste ano. Mas havia, nesta terça-feira, sinais de que a onda começava a diminuir, embora autoridades que atuam com ajuda humanitária tenham alertado que era muito cedo para constatar uma tendência.

"Falar sobre uma queda acentuada no número de chegadas de refugiados na Grécia pode ser prematuro. O pessoal da agência de refugiados da ONU em Leros disse que mais de 40 botes com uma quantidade estimada de 2.000 refugiados e imigrantes chegaram na noite passada (segunda-feira) e hoje (terça-feira)", afirmou o porta-voz da agência, William Spindler, à Reuters.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) havia dito mais cedo que o número de refugiados e imigrantes que chegam às ilhas gregas, o mais comum ponto de entrada para a Europa, caiu para 155 no domingo, enquanto 478 chegaram aos portos de Atenas e Kavala, bem menos que a média diária dos últimos meses.

"A queda é significativa uma vez que, de acordo com a estimativas da OIM, cerca de 100.000 migrantes cruzaram para a Grécia desde o início de novembro, numa média de cerca de 4.500 por dia", afirmou a OIM em comunicado.

Além disso, botes de imigrantes não chegam à Itália, outra importante entrada para a Europa, desde 19 de novembro, acrescentou o comunicado.

O inverno torna a viagem pelo mar à Europa mais perigosa, e refugiados que caminham rumo ao norte pelos Bálcãs estão agora expostos ao frio intenso e à neve.

Tradicional abrigo para refugiados, a Suécia anunciou que está aumentando os seus controles de fronteira e restringindo as suas regras para asilo para conter o fluxo de pessoas para o país e obrigar outras nações da União Europeia a aceitar parcelas maiores de refugiados.

Uma reação popular contra os refugiados se intensifica no país que tem recebido a maioria deles, a Alemanha, enquanto que o trânsito pelas fronteiras está ficando mais difícil no principal corredor dos Bálcãs em direção à Europa ocidental.

A recusa da Macedônia de admitir 1.000 imigrantes faz parte de uma nova política por parte dos Estados dos Bálcãs para filtrar o fluxo por meio da concessão de autorização de passagem à Europa Ocidental apenas àqueles que fogem de conflitos na Síria, no Iraque e no Afeganistão, que são vistos como verdadeiros requerentes de asilo, em vez de "imigrantes econômicos".

Autoridades da ONU disseram que os novos obstáculos descoordenados que têm impedido a travessia de imigrantes em várias fronteiras nos Bálcãs ameaçam provocar uma "nova situação humanitária" que exige atenção urgente devido ao início do inverno.

"As novas restrições envolvem principalmente pessoas que estão sendo filtradas com base em suas nacionalidades", disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Adrian Edwards, em entrevista coletiva em Genebra.

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