Líder norte-coreano Kim Jong Un (KCNA/Reuters)
AFP
Publicado em 7 de agosto de 2019 às 15h43.
Última atualização em 7 de agosto de 2019 às 15h47.
A Coreia do Norte roubou US$ 2 bilhões em criptomoedas por meio de ataques cibernéticos para financiar seu programa de mísseis nucleares, de acordo com um relatório da ONU ao qual a AFP teve acesso nesta quarta-feira.
A ONU está investigando pelo menos 35 casos registrados de Pyongyang "atacando instituições financeiras e câmbios de criptomoedas e realizando atividades destinadas a ganhar moedas estrangeiras".
"Os ataques maciços contra câmbios de criptomoeda permitem que a Coreia do Norte gere receita de maneiras difíceis de rastrear e sujeitas a menos supervisão e regulamentação do governo do que o setor bancário tradicional", explicou o relatório.
A Coreia do Norte lançou quatro pares de projéteis em menos de duas semanas e ameaçou realizar mais testes, em meio a temores de que esteja fortalecendo seu programa de mísseis.
O líder norte-coreano Kim Jong Un disse que os últimos mísseis lançados na terça-feira foram um aviso a Washington e Seul por seus exercícios militares conjuntos, informou a agência estatal KCNA.
"Atores cibernéticos, muitos deles trabalhando sob a direção do Escritório de Reconhecimento Geral (RGB) - o serviço de inteligência norte-coreano - levantaram dinheiro para seus programas de armas de destruição em massa", disse o relatório da ONU, que estimou a receita total em até 2 bilhões de dólares.
O organismo acrescentou que Pyongyang está violando as sanções da ONU ao comprar bens de luxo e equipamentos de desenvolvimento de armas por meio de "transferências ilegais entre navios".
"O acesso da Coreia do Norte ao sistema financeiro global facilitou essas e outras sanções, através de representantes de bancos e redes que operam em todo o mundo".
"A Coreia do Norte também usou o ciberespaço para lançar ataques cada vez mais sofisticados, a fim de roubar fundos de instituições financeiras e mudanças na criptomoeda", disse o relatório.
A investigação do comitê de sanções do Conselho de Segurança da ONU também sublinhou que Pyongyang violou as resoluções ao transferir o petróleo e carvão.
O Conselho de Segurança impôs várias sanções a Pyongyang desde que o país iniciou seus primeiros testes nucleares em 2006.