Submarino: segundo a Marinha, sinal foi detectado apenas três horas depois de se perder a comunicação com o submarino (Magali Cervantes/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de novembro de 2017 às 14h18.
Viena - A Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nuclares (CTBTO, integrada no sistema da ONU) informou nesta quinta-feira sobre "um sinal incomum perto da última posição conhecida do submarino argentino desaparecido ARA San Juan".
Duas estações hidroacústicas da CTBTO detectaram "um evento impulsivo subaquático" que ocorreu às 13h51 GMT de 15 de novembro na latitude - 46,12 graus e 59,69 graus de longitude-, indicou esse organismo da ONU, com sede em Viena, em comunicado enviado à Agência Efe.
Em Buenos Aires, a Marinha da Argentina afirmou hoje que no dia no qual foi se perdeu o contato com o submarino, no qual viajavam 44 tripulantes, foi registrado na mesma região um "evento anormal singular curto, violento e não nuclear consistente como uma explosão".
A CTBTO acrescenta em seu curto comunicado que seus "dados estão à disposição das autoridades argentinas para apoiar as operações de busca em curso".
A Marinha da Argentina indicou que apenas três horas depois de perder a comunicação com o submarino, foi detectada uma "anomalia hidroacústica" ou "barulho" perto de onde foi reportada pela última vez sua localização, na zona do Golfo San Jorge, a 432 quilômetros do litoral argentina.
O CTBTO conta com uma rede mundial de 300 estações de medição, repartidas por todo o planeta, com a qual detecta em tempo real qualquer detonação ou explosão incomum que possam apontar a um possível teste nuclear.
Os sensores do CTBTO foram fundamentais nos passado anos para determinar se a Coreia do Norte tinha feito testes nucleares.
A rede de estações da CTBTO tem a capacidade de recolher dados sísmicos, hidroacústicos e de infrassom, o que as faz imprescindíveis para reagir com rapidez perante um tsunami, detectar partículas radiativas ou uma potencial erupção vulcânica.
O CTBTO é uma organização independente dentro da ONU que vigia o cumprimento do Tratado para a Proibição de Testes Nucleares, assinado em 1996.