O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou energicamente nesta quarta-feira o assassinato do jornalista americano James Foley e pediu que os responsáveis pelo crime sejam levados à justiça.
"O assassinato do repórter é um crime abominável que mostra que segue adiante a campanha de terror do Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL) contra o povo do Iraque e da Síria", disse o escritório do porta-voz da ONU em comunicado.
O secretário-geral, que estendeu suas condolências aos parentes, amigos e companheiros de profissão de Foley, pediu que os responsáveis deste assassinato e de outros crimes "horríveis" sejam levados à justiça.
A Casa Branca confirmou hoje a autenticidade de um vídeo divulgado ontem em fóruns jihadistas e postado no YouTube que mostra a decapitação do jornalista, sequestrado na Síria em novembro de 2012.
No vídeo, Foley despede-se de sua família e acusa o governo dos Estados Unidos de ser o culpado por sua execução por sua recente intervenção militar no Iraque, antes de ser degolado diante da câmera por um homem encapuzado que fala em inglês.
Nas imagens, além de Foley, de 40 anos, aparece outro jornalista americano sequestrado, Steven Joel Sotloff, cuja vida "depende da próxima decisão de (presidente Barack) Obama", segundo disse na gravação o autor da decapitação.
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1. Profissão de risco
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1/6 (John Cantlie/Getty Images)
São Paulo - A
Síria foi, em 2013, o lugar mais letal para jornalistas do mundo. Por lá, 28 profissionais foram mortos
diretamente por causa de seus trabalhos. No mundo, foram 70 mortes. É o que mostra o levantamento mais recente do
Committee to Protect Journalists, que mapeia os casos de violência contra jornalistas em serviço ao redor do mundo. No top 10, aparecem países em conflitos intensos, como Sìria e Iraque, mas também países vistos como democráticos e pacíficos. É o caso do Brasil, que aparece na preocupante sétima colocação. Alguns números alarmantes:
- 94% dos casos de assassinato ficaram impunes
- 16% dos assassinatos partiu, acredita-se, de forças do governo
- 44% dos profissionais eram de meios online, 37% eram de TV e 20% de meios impressos
- 44% foram assassinados, enquanto 36% estavam no meio de um combate ou fogo cruzado e 20% estavam em uma situação de risco
Veja a seguir os 10 países mais perigosos:
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2. 2. Iraque
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2/6 (Spencer Platt/Getty Images)
Número de mortos: 10 Um dos casos recentes no
Iraque envolveu o cinegrafista Mohammed Ghanem e o correspondente Mohammed Karim al-Badrani, do canal de TV independente Al-Sharqiya. Eles filmavam os preparativos do feriado de Eid al-Adha quando foram alvejados. Não se sabe se o fogo partiu do governo ou de milícias.
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3. 3. Egito
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3/6 (KHALED DESOUKI/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 6 As mortes foram provocadas pelas intensos protestos que tomaram conta do
Egito desde 2012. Três das seis mortes foram em um único dia, 14 de agosto, quando esses jornalistas cobriam ataques das forças de segurança do governo contra manifestantes partidários da Irmandade Muçulmana.
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4. 7. Brasil
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4/6 (CHRISTOPHE SIMON/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 3 Apesar de ser uma democracia e não viver nenhuma guerra declarada, o Brasil aparece entre os mais mortais. Entre as vítimas, estão Mario Randolfo Marques Lopes, editor do site de notícias Vassouras na Net. Ele e sua esposa foram sequestrados e mortos na cidade de Barra do Piraí, no Rio. Lopes denunciava casos de corrupção.
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5. 8. Filipinas
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5/6 (TED ALJIBE/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 3 Além das três mortes diretamente relacionadas ao trabalho dos jornalistas, há outras seis mortes que estão sendo invetigadas nas
Filipinas e podem ter relação com a profissão. Um dos últimos casos vitimou Romeo Olea, um comentarista de rádio morto a tiros. Sua esposa disse que ele recebia constantes ameaças de morte.
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6. 10. Mali
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6/6 (KENZO TRIBOUILLARD/AFP/Getty Images)
Número de mortos: 2 As mortes de jornalistas no
Mali só começaram a ser documentadas a partir de 2012. Em 2013, Ghislaine Dupont e Claude Verlon, da Rádio France Internacionale, foram sequestrados e mortos com vários tiros.