Christiana Figueres: "[tarefa] irá requerer uma orientação política de alto nível" (Aamir Qureshi/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2011 às 15h33.
Bona - Novas conversas climáticas terminaram esta sexta-feira com um apelo do chefe climático da ONU para que os líderes mundiais resolvam um impasse sobre o Protocolo de Kyoto, o conturbado tratado para combater as emissões de gases de efeito estufa.
"Há uma percepção crescente de que resolver o futuro do Protocolo de Kyoto é uma tarefa essencial e irá requerer uma orientação política de alto nível", disse Christiana Figueres, secretário-executivo da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês).
"Em Durban, os governos precisam avançar com opções que sejam aceitáveis a todos os partidos", disse ela aos jornalistas, em alusão à reunião anual da UNFCCC, que será celebrada entre 28 de novembro e 9 de dezembro em Durban, na África do Sul.
Kyoto é o único acordo internacional com metas vinculantes para combater as emissões de gases causadores do efeito estufa.
Mas seu futuro é incerto porque China e Estados Unidos, os poluentes nº 1 e nº 2 do planeta, não são submetidos a suas restrições.
Um primeiro período de compromisso cobrindo cerca de 40 países industrializados - exceto os Estados Unidos, que se recusam a ratificar Kyoto - expira no fim de 2012.
Japão, Canadá e Rússia anunciaram que não assinarão uma nova rodada de compromissos de corte de emissões de carbono.
A União Europeia (UE) diz que só fará isto se outros países - inclusive gigantes emergentes como China e Índia, que não têm metas vinculantes - intensificarem esforços em uma arena paralela de negociações.
Os países em desenvolvimento, no entanto, querem que o Protocolo seja renovado em sua forma atual.
Kyoto continua criticamente importante porque contém mecanismos demonstrados com base no mercado para a redução de CO2 e ferramentas para quantificar e monitorar estes esforços, argumentou Figueres.