Tanque israelense em Gaza: Assembleia da ONU deve abordar a crise em Gaza (REUTERS/Baz Ratner)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2014 às 14h55.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou nesta terça-feira sua satisfação pelo respeito da trégua de 72 horas decretada em Gaza e pediu que os israelenses e palestinos negociem um cessar-fogo mais durável.
"Estamos seguindo de perto o cessar-fogo e acompanhando o fato de que aparentemente está sendo respeitado até agora (...), o que são obviamente boas notícias", disse em entrevista coletiva a porta-voz Vannina Maestracci.
"Esperamos que ofereça a calma necessária para que todas as delegações vão ao Cairo e haja um cessar-fogo mais durável", acrescentou.
Vannina reiterou que as conversas entre as duas partes são a "única forma de parar de forma sustentável" a violência e de "mudar o indefensável e trágico status quo em Gaza".
A porta-voz indicou que Ban esteve nas últimas horas em contato com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o secretário de Estado americano, John Kerry, entre outras pessoas.
A Assembleia Geral da ONU deve abordar amanhã, quarta-feira, a crise em Gaza, em uma sessão especial na qual estarão a alta comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, o enviado especial das Nações Unidas para o Oriente Médio, Robert Serry, e a coordenadora adjunta de Ajuda de Emergência da ONU, Kyung-wha Kang.
Hoje, desde Genebra, Pillay solicitou a Israel que assuma suas responsabilidades pelas "crescentes evidências de crimes de guerra" perpetrados pelo Exército israelense em Gaza.
Em comunicado, Pillay condenou entre outras coisas o bombardeio de uma escola da ONU em 30 de julho por parte do Exército israelense, assim como outros ataques a colégios, hospitais, centros de culto e infraestruturas vitais como plantas elétricas em Gaza.
Enquanto isso, a embaixada israelense perante as Nações Unidas criticou hoje através de sua conta no Twitter as "acusações" vertidas por responsáveis da organização sobre esses ataques "antes que houvesse nenhum tipo de investigação".
Por isso, Pillay pediu à ONU que "assegure que nas próximas declarações os funcionários se comportem de forma responsável, consistente com a neutralidade e imparcialidade".