Ban Ki-moon: secretário-geral da ONU acredita que unidade palestina é um acontecimento positivo (Denis Balibouse/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2014 às 18h29.
Nações Unidas - A ONU considerou nesta segunda-feira um passo positivo a formação de um novo governo de reconciliação na Palestina e antecipou que seu enviado na região, Robert Serry, espera reunir-se amanhã com o primeiro-ministro, Rami Hamdala.
O porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, declarou que Ban Ki-moon acredita que a unidade palestina é "um acontecimento positivo" se vai em linha com os compromissos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) sobre o reconhecimento de Israel, a renúncia à violência e a adesão a acordos prévios.
"A formação hoje de um governo interino de consenso nacional sobre esta base é um passo importante para implementar o acordo de unidade entre palestinos de 23 de abril", comentou Dujarric.
O porta-voz explicou que Serry deve ter amanhã um encontro com Hamdala para discutir como o novo Executivo pode "levar melhoras tangíveis à população da Cisjordânia e da Faixa de Gaza" e "oferecer oportunidades para avançar rumo a uma solução de dois Estados".
Após sete anos de divisão e apesar das tensões entre o movimento islamita Hamas e o nacionalista Fatah serem ainda palpáveis, a Palestina iniciou hoje seu primeiro governo de reconciliação.
O Executivo está composto de tecnocratas e respaldado por ambas forças políticas e enfrentará nos próximos sete meses o desafio de convocar eleições gerais, ao mesmo tempo em que trabalha na reconstrução de Gaza, seriamente prejudicada pelo ferrenho bloqueio do exército israelense desde 2007.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, decidiu retirar a colaboração de seu país com o novo governo exceto em assuntos de segurança e hoje qualificou o gabinete de "terrorista".
Netanyahu lidera, há dias, uma campanha para pedir que a comunidade internacional não reconheça o novo governo.
Por sua parte, o governo dos Estados Unidos mostrou hoje sua disposição a trabalhar com o Executivo de reconciliação nacional e assegurou que o julgará por suas ações.