ONU: o órgão pediu para as autoridades de Mianmar que interrompam "imediatamente" a violência (Damir Sagolj/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de outubro de 2017 às 08h39.
Genebra - Os abusos encargos pelas forças do governo de Mianmar contra a minoria muçulmana rohingya podem constituir crimes contra a humanidade, segundo o Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher e o Comitê sobre os Direitos da Criança.
"Estamos particularmente preocupados com o destino das mulheres e crianças rohingyas, que sofreram sérias violações dos direitos humanos, incluindo assassinatos, violação e deslocamento forçado", afirmaram, nesta quarta-feira, os especialistas dos dois comitês, através de um comunicado.
"Estas violações poderiam constituir crimes contra a humanidade e estamos muito preocupados com a incapacidade do Estado de deter estas surpreendentes violações aos direitos humanos cometidas sob o comando do Exército e outras forças de segurança", afirmam.
Os dois comitês pediram para as autoridades de Mianmar que interrompam "imediatamente" a violência no estado de Rakhine (antigo Arracão), a rápida investigação e processar "energicamente" os responsáveis pelos casos de violência contra as mulheres e crianças.
Além disso, solicitaram ao governo de Mianmar que conceda acesso irrestrito e colaboração com a missão de investigação estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos.
Por outro lado, os especialistas denunciaram a situação dos rohingyas - que não são reconhecidos como cidadãos por Mianmar - e o fato de que estejam submetidos a "altos níveis de pobreza e desnutrição" e seus direitos básicos à educação, emprego e saúde estejam "muito limitados".
"Pedimos para as autoridades de Mianmar que atendam as necessidades das mulheres e crianças deslocadas internamente, assim como aqueles que vivem como refugiados em países vizinhos.
Após o ressurgimento da violência no estado de Rakhine, no dia 25 de agosto, mais de 500 mil rohingyas fugiram e se transformaram em refugiados em Bangladesh.