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ONGs responsabilizam Europa por aumento de mortes no Mediterrâneo

Mais de 600 pessoas, incluindo bebês e crianças, morreram no último mês ao tentar atravessar o Mediterrâneo

Essas tragédias aconteceram porque não havia barcos de resgate das ONGs no Mediterrâneo, dizem organizações (Jon Nazca/Reuters)

Essas tragédias aconteceram porque não havia barcos de resgate das ONGs no Mediterrâneo, dizem organizações (Jon Nazca/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de julho de 2018 às 13h57.

A Europa é responsável pelo aumento do número de imigrantes, incluindo bebês e crianças, que morreram no Mediterrâneo nos últimos meses, acusaram nesta quinta-feira MSF e SOS Méditerrannée.

"Mais de 600 pessoas se afogaram enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo durante as últimas quatro semanas, incluindo bebês e crianças", disseram as duas organizações em um comunicado conjunto.

Estas 600 mortes representam metade do número total de imigrantes mortos no Mediterrâneo até agora este ano.

"Essas tragédias aconteceram porque não havia barcos de resgate das ONGs no Mediterrâneo", acrescentaram.

Após a posse do novo governo italiano, em junho, o ministro do Interior Matteo Salvini proibiu o acesso aos portos italianos de embarcações de ONGs que resgatam imigrantes no Mediterrâneo.

No mês passado, o "Aquarius", um barco de Médicos Sem Fronteiras e SOS Méditerranée que transportava 630 imigrantes a bordo, desencadeou uma crise política na União Europeia após a recusa da Itália e Malta de deixá-lo atracar.

O navio finalmente atracou em Valência em 17 de junho.

As ONGs também criticaram a estratégia da UE, que visa promover "plataformas de desembarque" para imigrantes fora do território europeu, particularmente em países do norte da África, como Líbia ou Tunísia.

"As pessoas salvas não devem ser levadas para a Líbia, mas a um porto seguro em conformidade com o direito marítimo internacional", recordam as organizações humanitárias.

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