Manifestantes em Hong Kong: outras 60 pessoas teriam sido interrogadas pela polícia (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2014 às 09h15.
Pequim - Organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram nesta quarta-feira a detenção de pelo menos 20 pessoas pela polícia em diversos pontos da China por difundir nas redes sociais mensagens de apoio e por planejar viajar para Hong Kong com a intenção de fazer parte dos protestos democráticos, e pediram sua libertação imediata.
Segundo uma nota da Anistia Internacional (AI) divulgada nessa cidade, outras 60 pessoas teriam sido interrogadas pela polícia.
A organização China Human Rights Defender (CHRD) afirmou que 12 pessoas foram detidas e outras oito foram ameaçadas pelas autoridades.
As detenções teriam acontecido em Pequim e nas cidades de Cantão e Shenzhen, próximas de Hong Kong, relatou a AI.
Essa mesma organização informou que a censura chinesa tentou impedir as menções aos protestos na internet dentro do país, e que a rede social Instagram foi bloqueada na terça-feira na parte continental da China.
"As liberdades fundamentais exercidas por centenas de milhares de pessoas em Hong Kong continuam sendo negadas na parte continental da China", afirmou um pesquisador da AI, William Nee, no comunicado de sua organização.
A China decidiu no dia 31 de agosto que as eleições para o próximo chefe do governo de Hong Kong, em 2017, serão feita através do voto universal, mas apenas entre dois ou três candidatos previamente autorizados por um comitê consultivo estabelecido por Pequim, o que gerou o descontentamento de parte da população da ex-colônia britânica.
Através do movimento "Ocuppy Central", que reúne várias associações políticas, sociais e estudantis da cidade favoráveis à instauração do voto universal sem restrições em Hong Kong, as forças pró-democracia se comprometeram a realizar uma luta de "longo prazo" para que os candidatos ao governo do território possam ser escolhidos por seus cidadãos.