Leopoldo López se entrega a polícia durante um protesto: Maduro emitiu uma ordem de busca e captura contra ele ao responsabilizá-lo pela violência no país (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 06h46.
Washington - A organização Human Rights Watch (HRW) exigiu que o governo da Venezuela liberte, de maneira "imediata e incondicional", o dirigente opositor Leopoldo López, que se entregou nesta terça-feira à Guarda Nacional (Polícia Militar) em Caracas após liderar uma grande manifestação contra o presidente Nicolás Maduro.
"A detenção de Leopoldo López é uma violação atroz de um dos mais básicos princípios do devido processo: não se pode encarcerar alguém sem ter provas que o vinculem com um crime", disse hoje em comunicado José Miguel Vivanco, diretor da HRW para as Américas.
O líder opositor López se entregou nesta terça-feira à Guarda Nacional Bolivariana (GNB) em Caracas depois que Maduro emitiu uma ordem de busca e captura contra ele ao responsabilizá-lo pelo clima de violência que a Venezuela vive desde a última quarta-feira, quando as manifestações contra o governo terminaram com três mortes e dezenas de feridos e detidos.
"As autoridades da Venezuela não apresentaram até agora nenhuma prova séria - para acusar López -, apenas insultos e teorias da conspiração. A única causa provável aqui parece ser o fato de que López é um oponente político do presidente, mas infelizmente, em um país sem uma Justiça independente, isso pode ser suficiente", considerou Vivanco.
E acrescentou: "a comunidade internacional deve pedir a imediata e incondicional libertação de López".
Os protestos contra o governo Maduro em várias cidades da Venezuela, que tiveram seu momento mais violento na quarta-feira passada, tiveram, até o momento, três mortes e dezenas de feridos e detidos.
As manifestações da oposição continuam esta semana na Venezuela e hoje o dia foi marcado pelo episódio em que o dirigente opositor López se entregou à polícia em Caracas.