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ONG denuncia execução de 17 pessoas por forças iraquianas

De acordo com os observadores, os corpos estavam vestidos com roupas de civis e "pareciam ter tido os olhos vendados e atados"

Mosul: o premiê iraquiano afirmou que as autoridades estão investigando atos "isolados" como esse (Thaier Al-Sudani/Reuters)

Mosul: o premiê iraquiano afirmou que as autoridades estão investigando atos "isolados" como esse (Thaier Al-Sudani/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de julho de 2017 às 14h39.

Bagdá - A organização Human Rights Watch (HRM) denunciou nesta quarta-feira a execução de 17 pessoas pelas forças do Exército iraquiano durante a batalha pela reconquista da cidade de Mosul.

Os corpos sem vida apareceram baleados e com os olhos vendados, segundo um comunicado da HRW. Observadores internacionais disseram à organização que, no dia 17 de julho, um merceeiro do oeste de Mosul os levou a um edifício vazio onde jaziam 17 corpos de homens descalços e ensanguentados.

De acordo com os observadores, os corpos estavam vestidos com roupas de civis e "pareciam ter tido os olhos vendados e atados", detalhou a ONG.

O merceeiro disse aos observadores que tinha visto soldados iraquianos da XVI divisão no bairro quatro noites antes e que tinha ouvido barulhos de tiros vindos da região onde se encontra o edifício abandonado.

"Alguns soldados iraquianos parecem tão pouco preocupados pelas consequências dos seus atos que não hesitam em compartilhar as evidências dos seus crimes em fotos e vídeos", disse a diretora da Human Rights Watch no Oriente Médio, Sarah Leah Whitson.

Nesse 17 de julho, observadores internacionais informaram à HRW que conversaram com um oficial veterano em Mosul que disse ser a favor das execuções de suspeitos de pertencer ao grupo jihadista Estado Islâmico, "sempre e quando não os torturassem".

A ONG indicou que o primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, não examinou nem acusou um soldado sequer por estes crimes, apesar das repetidas promessas do governante.

Abadi afirmou na noite de terça-feira que as autoridades iraquianas estão investigando estes atos que ocorrem durante os combates, mas comentou que são "casos individuais".

Após uma reunião do Conselho de Ministros, Abadi disse que "generalizar (esses atos) é inaceitável" e esclareceu que a maior parte destas ações se devem à "ignorância de alguns combatentes sobre a lei".

Por último, destacou que alguns comunicados da HRW "encorajam terroristas a matar inocentes" e convidou a organização a averiguar "a veracidade das fontes de sua informação no Iraque".

HRW sustenta que a justiça iraquiana deveria investigar estes crimes e lembra que as execuções extrajudiciais e a tortura durante um conflito armado são crimes de guerra.

No dia 10 de julho, Abadi anunciou "a liberdade total" de Mossul, três anos após ter sido ocupada pelos jihadistas, embora os conflitos continuem na parte antiga da cidade.

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