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ONG denuncia epidemia de ebola sem precedentes na Guiné

A Guiné enfrenta uma epidemia sem precedentes da febre Ebola, afirma a organização Médicos sem Fronteiras

Médicos atendem um paciente com Ebola: Guiné teve 22 casos confirmados e 78 mortes suspeitas registradas (AFP)

Médicos atendem um paciente com Ebola: Guiné teve 22 casos confirmados e 78 mortes suspeitas registradas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h46.

Dacar - A Guiné enfrenta uma epidemia sem precedentes da febre Ebola, com 22 casos confirmados e 78 mortes suspeitas registradas em todo o país, considerou nesta segunda-feira a organização Médicos sem Fronteiras (MSF), que tenta conter a sua propagação.

"Nós somos confrontados com uma epidemia de amplitude jamais vista de acordo com a divisão do número de casos no território, com várias cidades envolvidas no sul do país", epicentro da epidemia, e na capital Conakry, declarou Mariano Lugli, coordenador da MSF na Guiné, em um comunicado recebido pela AFP em Dacar.

"MSF tem atuado em quase todas as epidemias declaradas de Ebola desde o seu aparecimento nos últimos anos, mas os casos estão mais concentrados e em locais remotos. Essa disseminação complica enormemente o trabalho das organizações que tentam controlar a epidemia", explica Lugli.

Desde janeiro, a Guiné enfrenta uma epidemia de febre hemorrágica viral que, segundo o último balanço do ministério da Saúde, causou a morte de 78 pessoas de um total de 122 casos registrados.

Segundo o ministério, de várias amostras analisadas desses casos, 22 deram positivo para o vírus Ebola. A metade desses casos foram registrados em Conakry, e a outra metade em duas cidades do sul: Guéckédu (seis casos) e Macenta (cinco casos).

Vários casos suspeitos foram assinalados na Libéria e em Serra Leoa, países vizinhos da Guiné. Dois casos na Libéria foram confirmados como sendo o vírus Ebola, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na Guiné, as autoridades e seus parceiros, incluindo a OMS e a MSF, continuam nesta segunda-feira seus esforços para tentar conter a propagação da epidemia, particularmente essa de Ebola, altamente contagiosa e fatal na maioria dos casos.

O vírus Ebola é transmitido por contato direto com sangue, fluidos corporais ou tecidos de pessoas infectadas, seja de homens ou animais, vivos ou mortos.

De acordo com o governo da Guiné, o vírus identificado no país é "do tipo Zaire", uma das cinco espécies da família dos filoviruses que causam Ebola.

A origem da febre hemorrágica nas outras amostras examinadas ainda é desconhecida.

"A cepa Zaire do vírus Ebola (...) é a mais agressiva e mortal. Ela mata mais de nove em cada 10 casos", disse Michel Van Herp, membro da MSF atualmente em Guékédou, citado no comunicado.

"Para parar o surto, é importante traçar a cadeia de transmissão. Todos os contatos de pacientes que possam ter sido contaminados devem ser monitorados e isolados ao primeiro sinal de infecção", acrescentou.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus está entre os mais contagiosos e mortais entre os humanos.

Não existe qualquer tratamento ou vacina específica para a febre hemorrágica provocada pelo vírus ebola.

A doença, que provoca febre hemorrágica, ganhou este nome de um rio no norte da República Democrática do Congo (RDC), onde foi detectado pela primeira vez em 1976, quando o país ainda se chamava Zaire.

Desde então, o ebola matou pelo menos 1.200 pessoas de 1.850 casos registrados.

O vírus, da família Filoviridae (filovírus), tem cinco espécies (Zaire, Sudão, Costa do Marfim, Bundibudjo e Reston), e se transmite por contato direto com o sangue, os fluidos ou os tecidos dos indivíduos infectados.

A doença é particularmente devastadora porque os médicos geralmente estão entre as primeiras vítimas, o que ameaça o serviço de saúde em países com graves carências.

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