LONDON, ENGLAND - SEPTEMBER 19: The coffin of Queen Elizabeth II is placed on a gun carriage during the State Funeral of Queen Elizabeth II at Westminster Abbey on September 19, 2022 in London, England. Elizabeth Alexandra Mary Windsor was born in Bruton Street, Mayfair, London on 21 April 1926. She married Prince Philip in 1947 and ascended the throne of the United Kingdom and Commonwealth on 6 February 1952 after the death of her Father, King George VI. Queen Elizabeth II died at Balmoral Castle in Scotland on September 8, 2022, and is succeeded by her eldest son, King Charles III. (Photo by Emilio Morenatti - WPA Pool/Getty Images) (Emilio Morenatti - WPA Pool/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2022 às 12h00.
O funeral da rainha britânica Elizabeth II, falecida no dia 8 de setembro aos 96 anos, aconteceu na manhã desta segunda-feira, 19, em Londres, na Inglaterra.
Após onze dias de luto nacional, o funeral de Estado ocorreu na Abadia de Westminster, e o caixão foi depois transportado ao castelo de Windsor para uma cerimônia privada com membros da família real.
O evento foi chamado de "funeral do século" - a última pessoa a ter um funeral de Estado no Reino Unido, no geral reservado aos monarcas, foi o ex-premiê Winston Churchill, em 1965, que liderou o país durante a Segunda Guerra Mundial. Antes de Elizabeth II, o último monarca morto havia sido seu pai, rei George VI, em 1952.
VEJA TAMBÉM: Funeral da rainha Elizabeth II acontece nesta manhã; veja ao vivo
Nesta manhã, o caixão da rainha foi primeiro o centro de uma cerimônia religiosa na Abadia de Westminster, que consistiu no "funeral de Estado" da monarca. A cerimônia teve a presença de uma série de chefes de Estado, de governo e autoridades de todo o mundo.
Antes disso, nos últimos cinco dias, o caixão havia ficado disponível ao público para visitação - as filas se estenderam por quilômetros no centro de Londres.
Após a cerimônia em Westminster, o caixão foi transportado para o castelo de Windsor (o que ainda acontecia por volta das 11h desta segunda-feira; veja aqui ao vivo).
Em Windsor, o caixão é para a Capela de St. George, onde acontece uma outra cerimônia religiosa, menor, com cerca de 800 convidados, incluindo funcionários do castelo e a família.
Na sequência, em uma última cerimônia privada, reservada aos familiares mais próximas, a rainha será sepultada no "Memorial George VI", um anexo onde foram enterrados seus pais e as cinzas de sua irmã Margaret.
O caixão do príncipe Philip, ex-esposo da rainha Elizabeth II (os dois foram casados desde 1947 até a morte de Philip, em 2021), também será trazido ao Memorial George VI para ser enterrado ao lado da rainha.
O sepultamento dá fim aos mais de dez dias de homenagens e cerimônias à rainha desde sua morte, na quinta-feira, 8 de setembro.
A quantidade de líderes mundiais e o funeral de modo geral representam para as forças de segurança um desafio "maior que os Jogos Olímpicos de 2012", disse o vice-comissário da Scotland Yard, Stuart Cundy.
Além das cerca de 1 milhão de pessoas que eram aguardadas pela polícia em Londres, analistas calculam que o funeral será assistido por 4,1 bilhões de pessoas no mundo, graças à televisão e às redes sociais.
A cerimônia na Capela de St. George será a primeira já transmitida pela televisão. Isso porque, na data da morte do rei George VI, a transmissão do evento ainda não ocorria. O primeiro grande evento da família real televisionado foi exatamente a coroação de Elizabeth como rainha, em 1953.
As cerimônias do funeral da rainha ocorreram na Igreja Anglicana, religião oficial do Reino Unido e também da rainha Elizabeth II.
Como monarca, Elizabeth II - assim como seus antecessores - tem de jurar fidelidade não só ao Parlamento, mas à Igreja Anglicana. O motivo remonta da história da Inglaterra, ainda antes de ser um país unificado com os demais territórios do Reino Unido.
A igreja inglesa rompeu com o catolicismo papal sobretudo a partir de 1534, com o rei Henrique VIII - o motivo oficial foi o desejo do monarca em anular seu casamento, o que era então proibido, mas a ruptura também contou com aspectos políticos e desejo de separação da nobreza da época frente ao poderio papal. O movimento, anos depois, se consolidou exatamente com Elizabeth I, em 1559.
A Igreja da Inglaterra é um dos braços da Igreja Anglicana, mas não há um poderio central como no caso do catolicismo. Desde a ruptura com o papa no século 16, a Igreja da Inglaterra tem bases no cristianismo, e a rainha Elizabeth era considerada cristã, mas de uma vertente do protestantismo.
Embora o monarca britânico seja chefe da Igreja da Inglaterra, o papel é sobretudo simbólico; o líder da igreja inglesa é o arcebispo de Canterbury.
O rei Charles III se tornou, com a morte da rainha Elizabeth II, também o chefe da Igreja da Inglaterra. Apesar da ligação com a igreja, o monarca britânico, pelas leis do país, tem hoje de respeitar todas as crenças. Charles reforçou esse ponto em seu primeiro discurso como rei e disse que servirá à população "qualquer que seja sua origem ou crença".
Historicamente, não era permitido que os membros da família real na linha de sucessão ao trono se casassem fora da Igreja da Inglaterra. A regra mudou e hoje, é exigido somente que um futuro rei seja criado na Igreja da Inglaterra, ainda que um de seus pais não tenha sido.
O funeral da rainha acontece onze dias após sua morte, em 8 de setembro. A morte da rainha foi confirmada na ocasião horas depois de médicos expressarem preocupação com seu estado de saúde. A saúde da rainha, de 96 anos, vinha ficando mais debilitada nos últimos anos.
Elizabeth II morreu na Escócia, no castelo Balmoral, onde era comum que a monarca passasse o verão, sobretudo agosto e setembro. A Escócia faz parte do Reino Unido, assim como a Inglaterra, Irlanda do Norte e Gales.
No dia da morte da rainha, horas antes do comunicado de seu falecimento, seus filhos e alguns netos também foram à Escócia, o que deixou clara a gravidade da situação de saúde da monarca na ocasião. Segundo as notícias oficiais, os quatro filhos estavam já em Balmoral quando do falecimento da rainha, incluindo o rei Charles III.