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Onda de atentados deixa mais de 20 mortos no Iraque

A onda de violência ocorreu na hora do rush da manhã e também deixou 200 feridos


	Estudantes observam os restos de veículos destruídos, no leste de Bagdá: quase 20 carros-bomba explodiram em todo o país
 (Ali al-Saadi/AFP)

Estudantes observam os restos de veículos destruídos, no leste de Bagdá: quase 20 carros-bomba explodiram em todo o país (Ali al-Saadi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 11h48.

Bagdá - Quase 20 atentados em vários pontos do Iraque deixaram nesta segunda-feira mais de 20 mortos, em uma nova onda de violência, a poucos dias das eleições locais, as primeiras no país desde a retirada das tropas americanas.

A onda de violência, que ocorreu na hora do rush da manhã e que deixou ao menos 200 feridos, coloca em xeque a capacidade de as autoridades garantirem a segurança das eleições de 20 de abril, que serão um teste chave para colocar à prova a estabilidade do Iraque e a capacidade de suas forças de segurança.

Nas últimas semanas, foram assassinados 14 candidatos às eleições, que só serão realizadas em 12 das 18 províncias do Iraque.

Quase 20 carros-bomba explodiram em todo o país, em Bagdá, a capital, mas também nas cidades de Kirkuk e Tuz Jurmatu (norte), Tikrit e Samarra (centro) e Hilla e Nasiriya (sul de Bagdá).

Três bombas camufladas à beira de uma estrada também explodiram em Baquba (norte da capital).

Embora os atentados ainda não tenham sido reivindicados, militantes sunitas vinculados à Al-Qaeda atacam regularmente alvos governamentais e civis com o objetivo de desestabilizar o país e intimidar candidatos e responsáveis por organizar as eleições.

Os ataques mais violentos aconteceram em Bagdá, onde seis carros-bomba explodiram em cinco bairros da capital, apesar dos postos de controle reforçados.

Ao menos 11 pessoas morreram e 57 ficaram feridas na capital, indicaram fontes médicas e autoridades de segurança.

Os atentados também deixaram ao menos 11 mortos em Kirkuk e Tuz Jurmatu, cidades que são alvo de uma disputa territorial, entre o Curdistão autônomo e o governo central, em uma zona que se estende da fronteira com o Irã, no leste, até o limite com a Síria, no oeste.


Este território é reivindicado pelo governo central em Bagdá, mas também pelas três províncias autônomas do Curdistão, no norte do país.

Vários funcionários iraquianos e diplomatas garantem que esta disputa é uma ameaça no longo prazo para a estabilidade do Iraque.

As forças de segurança votaram no sábado com antecedência para estas eleições provinciais, as primeiras desde março de 2010 e também as primeiras eleições desde a retirada das tropas americanas do Iraque, em dezembro de 2011.

As três províncias autônomas curdas não realizarão eleições. A de Kirkuk não votará por problemas com as listas eleitorais, enquanto o governo xiita de Nuri al-Maliki adiou as eleições de Anbar (oeste) e de Nínive (norte) evocando a instabilidade destas duas províncias, onde a minoria sunita protesta há quatro meses por sua marginalização.

As eleições renovarão as câmaras provinciais, que, por sua vez, deverão eleger os governadores. O governador está a cargo da reconstrução, das finanças e da administração provincial.

Mais de 8.000 candidatos disputam 378 assentos nos conselhos provinciais. Cerca de 16,2 milhões de iraquianos estão habilitados para votar, além dos 650 mil membros das forças de segurança.

As eleições são realizadas após um longo conflito entre o primeiro-ministro al-Maliki e vários de seus antigos aliados no governo, uma disputa que, segundo autoridades políticas e diplomáticas, favorece os insurgentes.

A violência no Iraque, embora continue sendo diária, caiu significativamente em comparação com o conflito sectário dos anos 2006 e 2007, quando milhares de pessoas morriam a cada mês. No entanto, 271 pessoas faleceram em março, o mês mais mortífero desde agosto, segundo um balanço elaborado pela AFP.

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