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Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2012 às 14h24.
Bagdá - Uma onda de atentados deixou nesta segunda-feira ao menos 84 mortos e cerca de 300 feridos em um dos dias mais sangrentos dos últimos dois anos no Iraque, o que voltou a evidenciar a falta de segurança no país.
Bagdá e seus arredores foram os mais castigados pela violência, já que a explosão de oito carros-bomba tirou a vida de pelo menos 35 pessoas e feriu mais de 120, segundo informaram à Agência Efe fontes policiais iraquianas.
Um dos atentados mais violentos na região aconteceu contra uma base militar localizada ao leste da cidade de Al Doloaiya, 90 quilômetros ao norte da capital, causando a morte de 15 soldados.
A cerca de 30 quilômetros da capital, na área de Al Taji, sete pessoas morreram e outras 28 ficaram feridas pela explosão de três bombas em diferentes pontos.
Outros ataques também causaram dezenas de mortes nas províncias de Salah ad-Din e Diyala, assim como nas cidades de Mossul e Al Diwaniya.
Na primeira, 18 pessoas morreram, em sua maioria membros das forças de segurança, pela explosão de dois carros-bomba e de duas bombas, assim como em ataques com mísseis Hawk e metralhadoras.
Enquanto em Diyala a explosão de sete carros e motocicletas bomba causou a morte de 13 pessoas e feriu mais de 60, em Mossul, a explosão de quatro carros-bomba deixou três mortos e 18 feridos.
Já em Al Diwaniya, quatro civis morreram e outros 36 sofreram ferimentos na explosão de um carro-bomba em um mercado popular.
No norte do país, 11 pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas por diversos ataques cometidos na província petrolífera de Kirkuk.
Só na cidade de Al Tuz, foram registradas várias explosões perto de uma mesquita sunita, de um estádio e de um mercado local.
Após os massacres, o Ministério do Interior iraquiano afirmou em comunicado que é necessária uma mudança "nos planos de segurança" do país para combater o terrorismo, que atribuiu à Al Qaeda.
O Ministério advertiu de que a Al Qaeda pretende "eternizar sua atividade e sua existência no Iraque" usando de propaganda para fazer lavagem cerebral dos mais jovens com lemas que legitimam a jihad (guerra santa).
O Iraque tem assistido a um aumento da violência com frequentes ataques dirigidos contra alvos xiitas e forças de segurança desde a retirada, em dezembro passado, das tropas americanas e com a emissão de uma ordem de detenção contra o vice-presidente sunita, Tareq al Hashemi.
O analista político Sabah al Sheikh explicou à Efe que os ataques de hoje têm em comum o fato de afetar todos os iraquianos sem diferenciar seitas, tanto sunitas quanto xiitas.
Civis e militares foram também igualmente vítimas dos atentados em várias regiões do país, comparou Sheikh, para quem os responsáveis dos atos "querem acender de novo o fogo da discórdia religiosa no Iraque".
"Há uma falha de segurança nas forças policiais e na Inteligência iraquianos", apontou o especialista, que acusou os grupos políticos de concentrarem sua atenção na crise política e evitar os assuntos de segurança.
Sheikh afirmou que a Al Qaeda aproveitou situação de fragilidade, e que o grupo, segundo os serviços de segurança iraquianos, preparou um plano para cometer atos terroristas em todas as províncias do país durante o mês sagrado do Ramadã, que começou nesse fim de semana.
Ontem, ao menos 30 pessoas morreram e outras 120 foram feridas em atentados cometidos em várias cidades iraquianas, dois deles em mercados do sul de Bagdá.