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OMS: Vacinação em anel é ferramenta nova e vital para controle do ebola

Adotada desde o dia 21 na República Democrática do Congo, medida consiste em imunizar pessoas que tiveram contato direto com casos confirmados da doença

Vacinação: mais de 420 pessoas foram imunizadas nas últimas duas semanas na República Democrática do Congo, onde 25 mortes foram reportadas entre 4 de abril e 17 de maio (Kenny Katombe/Reuters)

Vacinação: mais de 420 pessoas foram imunizadas nas últimas duas semanas na República Democrática do Congo, onde 25 mortes foram reportadas entre 4 de abril e 17 de maio (Kenny Katombe/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 30 de maio de 2018 às 15h38.

Última atualização em 30 de maio de 2018 às 15h40.

A chamada vacinação em anel é uma ferramenta nova e vital para o controle do ebola no Congo, segundo o diretor-geral adjunto de Preparação e Resposta a Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan. A vacinação em anel consiste em rastrear e munizar todas as pessoas que tiveram contato direto com pelo menos um caso confirmado de ebola. Ela começou no país no último dia 21.

"Passei o dia acompanhando equipes de vacinação em meio à comunidade e, pela primeira vez em minha experiência, vi esperança na face do ebola e não medo. Este é um grande marco para a saúde pública global", disse o diretor da entidade.

Entre 4 de abril e 17 de maio, 45 casos de ebola foram reportados na República Democrática do Congo, incluindo três profissionais de saúde. Foram notificadas ainda 25 mortes. Dos 14 casos confirmados laboratorialmente, a maioria foi identificada em áreas remotas de uma região de difícil acesso chamada Bikoro.

A vacinação em anel é conduzida pelo Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica e pelo Ministério da Saúde congolês, em parceria com a própria OMS, Médicos sem Fronteiras e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Ao todo, 300 mil doses da vacina, considerada experimental, estão disponíveis para serem usadas em caso de surto.

Além de pessoas que tiveram contato direto com um caso confirmado de ebola, estão sendo imunizados também profissionais de saúde, funcionários que trabalham na linha de frente de resposta ao surto e outras pessoas com perfil de potencial exposição ao ebola. É o caso, por exemplo, de técnicos capacitados para realizar funerais no país.

A vacinação na República Democrática do Congo conta ainda com a ajuda de autoridades sanitárias da Guiné, onde o mesmo processo de vacinação em anel foi conduzido em 2015. "Graças aos resultados desse ensaio, a dose contra o ebola, que ainda precisa ser licenciada, foi aprovada para 'uso compassivo' em meio a surtos", informou a OMS.

"Isso significa que, ainda que a vacina não tenha sido formalmente aprovada por um processo regulatório completo, não há alternativa viável e a dose se mostrou suficientemente segura e efetiva para ser recomendada para uso", concluiu a entidade.

Ao longo das últimas duas semanas, mais de 420 pessoas foram imunizadas após a confirmação de quatro casos de ebola em Bandaka, cidade com cerca de 1,2 milhão de habitantes.

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